15.09.2025 | 13h10
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No debate público brasileiro, dois termos costumam ser confundidos: politização e politicagem. À primeira vista, podem parecer a mesma coisa. Na prática, são conceitos opostos. Entender essa diferença é fundamental para fortalecer a democracia.
Politização: quando a cidadania ganha voz
Politizar-se significa despertar consciência crítica e se engajar nos assuntos coletivos. É participar de uma audiência pública, questionar prioridades do orçamento, cobrar transparência do governo ou acompanhar de perto a execução de políticas públicas.
Esse processo amplia a democracia, eleva o debate e reforça a ideia de que política é instrumento de transformação social. Uma sociedade politizada não se limita a votar a cada quatro anos: ela fiscaliza, propõe e exige coerência dos seus representantes.
Politicagem: o desvirtuamento da política
Na contramão, a politicagem reduz a política a um jogo de interesses. Aparece nas promessas que nunca saem do papel, no uso da máquina pública em benefício de grupos restritos, no clientelismo que troca favores por apoio.
Esse comportamento não apenas rebaixa o debate público, mas também alimenta a descrença nas instituições, enfraquece a confiança nos representantes e afasta a sociedade da vida política.
A confusão que interessa aos maus políticos
Muitas vezes, o engajamento social é taxado de “politização” no sentido negativo, como se participação fosse algo nocivo. É um erro. O problema não está em politizar, mas em confundir politização com politicagem. Essa confusão, aliás, interessa a quem prefere que a população se mantenha distante e desinformada.
O desafio do presente
Se quisermos uma democracia mais sólida, precisamos resgatar o verdadeiro valor da politização: consciência crítica, diálogo e participação ativa. Já a politicagem deve ser exposta, rejeitada e superada.
Transformar a indignação contra a politicagem em energia para a politização cidadã é o caminho para renovar práticas políticas, ampliar a transparência e construir uma vida pública mais justa e democrática.
Bruno Lins Rios é presidente da União das Câmaras de Vereadores do Estado, vice-presidente da Câmara de Várzea Grande e líder da gestão Flávia Moretti na Câmara.
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