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Jair Donato - A | + A

16.12.2014 | 00h00

Complexidade das relações

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As relações sociais se constituem por um emaranhado de complexidades ímpares em qualquer ambiente. No contexto atual da história se tornar bem sucedido nessas relações é uma habilidade valiosa. Há pessoas de fácil acesso e há na maioria das vezes pessoas difíceis. Há quem que grita e agride a qualquer um pela própria fisiologia, pelo jeito que se porta ou manuseia algo, mesmo sem se expressar verbalmente. Este é um perfil encontrado seja no trabalho, nas relações sociais ou mesmo na família. É o tipo de gente que vive como se atacasse durante todo o tempo alguém que outrora porventura o tenha agredido, provocando-lhe lesões psicológicas e emocionais, eventos por vezes ocorridos na infância. E o indivíduo passa a vida inteira como se cobrasse um devedor que não é nominal, nem se sabe o que realmente deseja. Afinal, o recôndito do inconsciente é atemporal, é um frame que se repete continuamente, se não for ressignificado.
Contudo, o que fazer para amenizar um comportamento agressivo dessa natureza? Talvez isso seja o que mais interessa. Foi o filósofo Sêneca quem disse que faz parte da cura o desejo de ser curado. Primeiro, o próprio indivíduo precisa reconhecer que se faz necessária uma mudança em si. Isso porque há muitos casos de pessoas que nada pretendem mudar no modo como se relaciona. Afinal, essa pode ser uma maneira de agir que mais convém a elas para chamarem atenção do mundo, um mecanismo interno que pode ser puro reflexo de carência afetiva.
Mas, para quem já saiu da fase da negação ou fuga de si mesmo e admite que precisa agir diferente, o passo seguinte será analisar os impactos negativos gerados em decorrência do comportamento que possui, e partir para ressignificá-los. Ou seja, dar um novo sentido para cada um dos eventos geradores dos próprios impulsos negativos. Somente a partir dessa fase é que se altera o scritpt do indivíduo no meio social em que vive. Isso pode ser doído, pois não é tão fácil. Mas, se tratar de algo que gera sofrimento, o melhor caminho é buscar ajuda recorrendo a um profissional da área comportamental, assim como faz uma organização quando busca uma consultoria para mudança de determinados processos e comportamentos organizacionais.
O sofrimento em mudar geralmente ocorre porque isso implica em fazer escolhas, algo que provoca resistência no ser humano. Escolher hábitos novos implica em abandonar os antigos moldes. Por exemplo, tratar bem as pessoas e as coisas, além de lidar sensivelmente com os fatos implica em abandonar a rispidez até então empregada. Isso é sofrimento para muitos devido a uma tendência antes estabelecida. Mas, são escolhas. E todo esse processo pode começar com uma habilidade cujo poder é mais transformador que a auto-observação. Olhar para dentro de si mesmo é um caminho enriquecedor, embora evitado por muitos. Neste caso, buscar ajuda, contar com alguém preparado para auxiliar o indivíduo a adentrar a essa jornada é o mais adequado. Pois é o único caminho seguro e que tem a ver com a história peculiar de cada ser.
Observar a si mesmo em cada movimento replicado ou através de cada reação obtida mediante determinados estímulos externos é um desafio constante, por vezes dolorido. Isso se dá devido a tamanha complexidade que é o ser humano, que nunca se mostra pronto, mas que pode se beneficiar pelo processo da melhoria contínua. Afinal, não é necessariamente uma situação traumática no passado, seja na infância ou em outra fase, que vai descompensar a vida do indivíduo para todo o sempre. Vale muito mais a maneira como ele internaliza tal fato, e o quanto isso representou ou ainda representa nos aspectos emocional e psicológico dele. Sempre é tempo de vivenciar a vida sob outro aspecto, por ângulos novos.

Jair Donato é jornalista em Cuiabá, consultor de desenvolvimento de pessoas, professor universitário, especialista em Gestão de Pessoas e Qualidade de Vida. E-mail: jair@domnato.com.br

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