acervo raro 01.06.2024 | 17h50
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Luiz Leite
Enquanto a humanidade ainda não constrói uma máquina do tempo, é possível viajar através dele por meio de objetos, móveis e utensílios dos mais variados tipos e diferentes décadas presentes no Império Antiquário, em Cuiabá.
O acervo do local é de propriedade do advogado Marcelo Souza, 31, que desde 2023 transformou seu gosto pessoal por colecionar objetos históricos em negócio. Aberto para compra, venda, trocas, locação para eventos, serviços de restauração e visitação previamente agendada, o espaço guarda verdadeiras relíquias de diferentes períodos históricos de diversas partes do Brasil e do mundo.
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Com um salão repleto de itens à venda e outro setor à parte para exibir sua coleção pessoal, o empresário se dedica há 25 anos à filatelia, que se trata do estudo e o colecionismo de selos postais, e a numismática, de cédulas e moedas. O contato e o gosto pelas antiguidades começou ainda na infância de Marcelo, que aos 6 anos, por influência da bisavó, descobriu sua paixão por cédulas, moedas e selos de cartas.
“Eu estava na casa da minha bisavó, ela estava entre os adultos conversando, e é aquela coisa né, criança não pode participar de conversa de adulto. Então a minha bisavó, para me distrair, pegou um maço de cruzeiros, cruzados, notas antigas do Brasil e um punhado de moedas antigas que ela tinha guardado e me deu para brincar enquanto conversavam”, relembra.
Já em relação aos selos, ele conta que um pouco mais tarde, aos 8 anos, a bisavó mudou de cidade e se comunicava com ele e a família por meio de cartas. Foi aí que passou a guardar os selos postais.
Além destes, os demais itens do antiquário como móveis, utilidades e peças decorativas vieram compras e trocas, mas também daquilo que a mãe tinha adquirido ou ganhado ao longo da vida.
Do hobby ao negócio
Foi em 2020 que o advogado decidiu abrir o espaço com o dinheiro que havia guardado. “Na pandemia, muita gente aqui em Cuiabá e no mundo estava vendendo antiguidades para levantar um capital e eu fui comprando, pois estava com um capital parado. Construí aqui e era para ser as duas coisas, o escritório de advocacia e o antiquário, mas aí o plano B acabou dando certo. É o primeiro antiquário aqui do estado de Mato Grosso, devidamente registrado”, conta.
Tanto quem é das gerações mais antigas quanto os mais jovens podem se surpreender ao conhecer o lugar e ver como eram telefones, televisões, rádios, vitrolas, relógios, máquinas de costura, brinquedos antigos, balanças, móveis, piano, livros, castiçais, pratarias, louças de porcelana e tantos outros objetos.
Dentre as peças mais antigas que compõem o acervo pessoal de Marcelo com relíquias e raridades estão moedas do tempo do Brasil colônia e até mesmo uma moeda com retrato do imperador romano Alexandre o Grande.
“As peças de família são do meu acervo pessoal, eu só trago aqui quando vou expor, elas têm um valor sentimental para mim e também outras raridades que fui adquirindo”.
Após 10 anos atuando na área do direito criminal, o advogado resolveu adentrar o curso de História, algo que sempre o interessou e teve vontade de fazer, casando o hobby com seus estudos.
Aos fundos do espaço, Marcelo cultiva plantas que foram principais fontes de atividades econômicas no contexto da colonização brasileira, como café, pau-brasil, cana-de-açúcar, além de outras espécies como tabaco, cacau, cravo da índia e canela.
Ele também abre o espaço para visitas de escolas com agendamento antecipado, em que faz um verdadeiro tour pelo local enquanto explica de onde vieram e de quando datam cada um dos itens, suas funções e origem históricas.
“As escolas vêem o antiquário como uma fonte de aprendizado. Recebo alunos, faço exposição e vou explicando, coloco as coisas de meu acervo pessoal para olharem. [...] É uma experiência fantástica tanto para mim quanto para os estudantes. É muito gratificante, adoro transmitir o que eu sei”, cita.
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Soja Disponível
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JOSEH - 01/06/2024
A casa fica onde?
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