Bruxo explica origem e superstições da sexta-feira 13

O mito que relaciona a sexta-feira 13 a um dia de azar data de séculos. São crendices populares que remontam à datas marcantes de fatos que ocorreram neste dia, mas não há comprovação que ele seja de mal agouro ou que tais situações possam se repetir até os dias de hoje.

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O entrevistou o bruxo Maurício Melo, que explicou um pouco sobre a origem da lenda de má sorte e algumas superstições que as pessoas têm sobre ações que geram azar na vida.

Ele esclarece que a sexta-feira 13 é malvista independente do mês em que ocorra. Essa crença foi impregnada na cultura popular diante de vários acontecimentos negativos registrados no dia da semana.

Foi numa sexta-feira que Jesus foi crucificado. Foi numa sexta 13 que o rei da França, Felipe IV, declarou ilegal a Ordem dos Templários. Seus membros foram presos, torturados e executados. Segundo a revista Super Interessante, os Templários foram um grupo religioso fundado para proteger Jerusalém após a conquista da cidade.

Em Jerusalém, o grupo ocupava uma ala do palácio real da cidade, que, diziam, havia feito parte do Templo de Salomão. Durante sua existência, o grupo acumulou grande riqueza por conta das doações recebidas. Também agrega à lenda da má sorte o fato de, na tradição judaica, o dilúvio aconteceu em uma sexta-feira.

Marcus Vaillant

 

Somados os fatos exemplificados, a sexta-feira 13 foi tida como um dia de má sorte. Além do dia em si ser considerado negativo, superstições em torno na data podem piorar ainda mais a situação. Como cruzar com gato preto. Na época medieval, diziam que gatos negros eram bruxas disfarçadas e passar por elas poderia atrair azar.

“Já passar por debaixo da escada relaciona-se com a crucificação quando a escada descansou contra a cruz e passou a ser associada à morte e traição. O espelho quebrado tem duas origens principais de seu mito. A primeira é que os gregos utilizavam superfícies reflexivas para prever a sorte e qualquer dano aparente nas mesmas era indicativo até mesmo de morte. E a segunda é de que no início da manufatura de espelhos, na Itália, devido ao alto custo dos mesmos, um servo que os quebrasse teria bastante azar”, explica o bruxo.

Na época, e ainda hoje, o medo é o maior método de controle do povo. Se atribuía o azar e a presença do diabo a tudo que tivesse associação com a cor preta ou natureza noturna. O azar é definido como a má sorte. É conjunto de forças que atuam para gerar desconforto ou situações adversas.

Segundo o bruxo Mauricio Melo, a má sorte pode correr de forma natural pelo estado vibracional no qual nós encontramos, já que atraímos forças semelhantes. Ou pode ser conjurado através de pragas e maldições.

“O medo é a energia dominante nessa data, todo o receio alimentado pelas crendices populares alicerçam uma poderosa força. E onde há medo, há poder. Ele paralisa, confunde e acua. A nós e aos nossos inimigos. Ele pode ser conjurado e também banido com maior facilidade nessa data”, explica.

Maurício explica que não é indicado fazer feitiços e simpatias na data, mas ter um talismã consigo e fazer banhos com ervas. “Não mexa com aquilo que não conhece. Às vezes uma ‘simples simpatia’ pode atrair no mínimo desconforto por não se ter preparo para lidar com as artes mágicas. E não irrite uma bruxa, aliás nunca irrite uma bruxa”.

Você sabia que o medo do número 13 tem até nome? Se chama triscaidecafobia e é um pavor irracional pela dezena. Já o medo relacionado especificamente a sexta-feira 13 se denomina parascavedecatriafobia ou frigatriscaidecafobia.

Arquivo

 

De acordo com o canal History, também há outra explicação para a má fama do número 13. O pensando diz que 12 representa a completude, os 12 apóstolos de Cristo, 12 meses do ano, 12 signos do zodíaco e 12 tribos de Israel, O 13 vem para desmanchar esse ciclo de perfeição. É aquele que destoa do resto e causa desequilíbrio.

Existem várias teorias de azar sobre o número 13 e a sexta-feira construídas ao longo da história, mas não há estudos científicos que as comprovem. Por via das dúvidas é melhor não arriscar.

Maurício Melo divulga seu trabalho em seu perfil em rede social Rosa dos Ventos Conclave de Bruxaria.