Dia de luta reforça importância da inclusão de PCDs no mercado de trabalho

No Brasil, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatistica (IBGE), existem 14,4 milhões de pessoas com deficiência (PcDs), que diariamente enfrentam desafios para garantir inclusão social e oportunidades no mercado de trabalho. O Dia Nacional de Luta das Pessoas com Deficiência, celebrado em 21 de setembro, é um marco para refletir sobre avanços e barreiras que ainda persistem, além de dar visibilidade ao protagonismo dos PcDs em diversos setores.

Em Cuiabá, aos poucos, empresas passaram a adotar políticas de inclusão efetivas, oferecendo desde processos seletivos adaptados até acompanhamento individualizado dos colaboradores, garantindo que cada um seja respeitado dentro de suas necessidades. 

O foi até uma rede de supermercados que, dentro do quadro de funcionário, exige a cota destina a PcDs e conta a história de Cristiane de Arruda, portadora de artrose, doença degenerativa que causa o desgaste da cartilagem nas articulações, como joelhos, quadris e mãos, levando a dor, rigidez e inchaço. Apesar das dificuldades, busca superar limitações e hoje trabalha em diversos setores do mercado. 

Operadora de loja, Cristiane de Arruda, conta que se sentiu acolhida desde o primeiro, onde suas limitações foram respeitadas, percebendo e vivendo a inclusão. “Sou PCD e minhas limitações foram atendidas. Tenho artrose na coluna, então trabalho um pouco e faço pausas quando sinto incômodos. Nunca tinha visto uma empresa colocar a inclusão realmente em prática. Eles adaptaram tudo para mim”, relata.

Ela relembra experiências de preconceito em outras oportunidades de emprego, mas reforça que, desta vez, a experiência foi diferente: “Já senti muito preconceito. Teve empresa que não me contratou por ser deficiente. Aqui, foi diferente, me ensinaram tudo direitinho. Já me sinto incluída. As empresas deveriam seguir esse exemplo, seria melhor para todos”, lembra.

Um trabalho de parceria

 
A analista de Gente e Gestão de Pessoas, Karine Mota dos Santos, explica que a empresa em que atua tem um compromisso consolidado com a inclusão de PcDs.

“Temos um compromisso com a inclusão social, oferecendo vagas de emprego para pessoas com deficiência. A comunidade conta com horário de trabalho flexível e com uma diversidade de vagas, desde operador de caixa até na administração. Interessados podem ir até qualquer unidade do nosso grupo, fazemos seleção na hora”, afirma.

Karine destaca que, atualmente, cerca de 20 colaboradores com deficiência já integram a equipe, representando 10% do quadro total. O acompanhamento é constante e personalizado, respeitando limitações individuais:

“Fazemos recepções, acompanhamentos e qualificações com olhar carinhoso. É mais do que uma meta, gostamos da inclusão. Prezamos sempre pela qualidade e analisamos as necessidades de cada colaborador. Se uma funcionária precisa se levantar a cada dez minutos, por exemplo, nós respeitamos”, acrescenta.

Histórias de superação e acolhimento

A encarregada da frente de caixa, Thayanna Maria Velozo de Paiva, também reforça a importância do acolhimento e da paciência no processo de inclusão. “Temos um projeto muito legal de acolhimento aos PcDs. Cada pessoa tem uma deficiência diferente, então conversamos e ajustamos o que cada um pode fazer. Sempre é possível fazer adaptações”, pontua. 

Fernanda dos Santos, operadora de caixa, celebra a parceria com Cris e reforça que presença de colaboradores PcDs no time traz ganhos para toda a equipe e até para os clientes. “A Cris, por exemplo, é bem ágil e atenta. A inclusão exige paciência e disposição para ensinar, mas é muito gratificante. Muitos clientes reconhecem e elogiam a oportunidade. Todo PCD sabe que sempre é útil em cada espaço”.