baixa participação feminina 11.02.2025 | 18h15
redacao@gazetadigital.com.br
Arquivo Pessoal
Em 11 de fevereiro é celebrado o Dia Internacional das Mulheres e Meninas na Ciência. A data foi definida em 2015, na Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), com o objetivo de aumentar o acesso e a participação feminina na ciência. Porém, o cenário ainda é discrepante entre homens e mulheres na pesquisa.
O conversou com Josilene Dália, doutora em Ciências e professora adjunta do curso de Enfermagem da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), que ponderou sobre as dificuldades da carreira. Ela destaca que as mulheres, de modo geral, enfrentam mais obstáculos que os homens no que diz respeito à prática científica.
“A mulher hoje, dentro da ciência, possui um papel primordial, temos excelentes pesquisadoras mulheres. A mulher historicamente já se dedica mais à família, ao cuidado com a família e com os filhos. Eu, por exemplo, fui mãe recentemente, a minha filha está completando 2 anos. Eu passei por todas essas dificuldades de encarar a maternidade e conseguir manter a minha pesquisa ativa. Isso é algo muito difícil. Eu só consegui manter minimamente por conta de uma rede de apoio”, disse.
Outras mulheres podem não ter as mesmas condições. Para Josilene, devem-se existir mais políticas para que elas permaneçam na atuação científica.
“É essencial que as universidades, as agências de fomento e demais instituições adotem políticas que reconheçam o papel da mulher na ciência e que promovam, de alguma forma, a participação e a manutenção dessas mulheres no cenário científico”, afirmou.
Baixa presença feminina
O infográfico “Mulheres na Ciência Brasileira”, elaborado em 2022 pelo Grupo de Estudos Multidisciplinares da Ação Afirmativa (Gemaa) com base nos dados da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior
(CAPES), mostra que 42% dos docentes na pós-graduação são mulheres - ainda que elas sejam maioria na população brasileira.
Em áreas do conhecimento relacionadas à ciência, tecnologia, engenharia e matemática (representadas pela sigla em inglês "Stem" - Science, Technology, Engineering and Maths), essa desigualdade é ainda maior. Em pós-graduações voltadas para áreas como a Física, Astronomia, Engenharia Elétrica e Ciência da Computação, a quantidade de mulheres não ultrapassa os 18%. A área de Engenharia Naval/Oceânica chama atenção do ponto de vista negativo: apenas 4% de mulheres docentes no total.
Uma dessas áreas carentes de participação feminina é a Computação. Segundo o relatório "Uma equação desequilibrada: participação crescente de Mulheres em STEM na ALC (América Latina e Caribe)", de 2021, realizado pela Unesco em parceria com o British Council, a presença de mulheres no ensino superior não chega a 15% nas áreas de Tecnologia de Informação e Comunicação.
O Programa Meninas Digitais é uma das iniciativas que busca combater isso. Criado em 2011 sob a coordenação da Secretaria Regional da Sociedade Brasileira de Computação (SBC) em Mato Grosso, ele foi institucionalizado em 2015 pela SBC como programa de interesse nacional para a computação.
Doutor em Computação, Cristiano Maciel era o coordenador da SBC em Mato Grosso na época da criação do programa nacional. Hoje, ele é coordenador do projeto Meninas Digitais Regional Mato Grosso, que busca incentivar a participação de meninas e mulheres na área STEM.
Ao , Cristiano explicou que a melhor maneira de aumentar o número de mulheres em áreas STEM é apresentar para meninas, desde cedo, estas áreas e suas possibilidades de carreira e atuação.
"A área de computação e de tecnologias têm carreiras que não são muito conhecidas pelos estudantes que estão em fase de optar pela sua carreira. O que faz um cientista da computação? Então, ao longo dos anos percebemos que é importante que a gente vá até as escolas, onde os estudantes estão em fase de formação, estão aprendendo sobre as possíveis carreiras e contar um pouquinho sobre a carreira", contou.
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