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CICLO CLIMÁTICO 20.11.2025 | 08h15

Manejo do fogo muda a relação com o fogo e pode ser alternativa grandes incêndios

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À medida que a estação seca de 2025 chega ao fim, Mato Grosso atravessa um momento decisivo para definir as ações de prevenção e manejo do fogo para o próximo ciclo climático. Embora o estado tenha registrado uma queda expressiva na área queimada neste ano, pesquisadores e organizações que atuam na gestão territorial alertam que é justamente no período chuvoso que são estabelecidas as condições que determinam se a próxima seca terá baixa ou alta incidência de incêndios de grande escala. 

 

Segundo análise do Instituto Centro de Vida (ICV), até 31 de agosto de 2025 Mato Grosso registrou 859,5 mil hectares queimados, uma redução de 71% em relação ao mesmo período de 2024, quando mais de 3 milhões de hectares haviam sido atingidos.

 

O resultado está associado a fatores combinados: condições climáticas mais favoráveis que as de 2024, reforço da fiscalização ambiental, enfrentamento do desmatamento ilegal, prática geralmente seguida por queimadas, e à diminuição do principal agente iniciador: a ação humana. A redução confirma que é possível diminuir a incidência de fogo quando há ações coordenadas e atenção às causas estruturais do problema. 

 

Apesar da queda expressiva, a distribuição do fogo no território revela novos desafios: Amazônia e Cerrado foram os biomas mais afetados, com 457,2 mil e 396,4 mil hectares queimados, respectivamente. Além disso, 59% das ocorrências foram registradas durante o período proibitivo, sinalizando a necessidade contínua de fortalecer ações de prevenção, monitoramento e orientação sobre o uso do fogo. Esse cenário evidencia que, mesmo em um ano de melhoria, a gestão do fogo exige planejamento constante.

 

É nesse contexto que o Manejo Integrado do Fogo (MIF) ganha relevância como abordagem capaz de reduzir riscos e tornar paisagens mais resilientes. O MIF integra ciência, conhecimentos tradicionais, planejamento territorial e ações preventivas. Entre as técnicas utilizadas estão queimas prescritas e preventivas, monitoramento de combustível vegetal, fortalecimento de brigadas, envolvimento comunitário e acordos regionais para orientar práticas seguras. A lógica é clara: quando usado de forma planejada e em condições adequadas, o fogo pode diminuir o material inflamável disponível e reduzir significativamente a probabilidade de incêndios de grande escala. 

 

Essa abordagem já é aplicada no Brasil em diferentes contextos. Um dos exemplos é o uso de queimas prescritas no Parque Nacional da Chapada dos Guimarães, onde planos plurianuais de manejo do fogo orientam intervenções preventivas baseadas em mapas de risco, monitoramento da vegetação e participação de brigadas especializadas. Experiências semelhantes também estão presentes em outras unidades de conservação e territórios que incorporam práticas tradicionais e uso ecológico do fogo em seus sistemas produtivos e culturais. 

 

O período úmido que se inicia agora é decisivo para o planejamento dessas ações. É nesse intervalo, quando o risco de propagação é menor, que se avalia o acúmulo de biomassa, se reestruturam brigadas, se definem áreas prioritárias e se constroem pactos e orientações sobre o uso do fogo ao longo do ano. Em outras palavras, a prevenção dos incêndios de 2026 começa agora, no início da estação chuvosa. 

 

Depois de registrar uma queda expressiva na área queimada, Mato Grosso têm a oportunidade de consolidar práticas de prevenção baseadas em ciência, integração territorial e valorização de técnicas já utilizadas com sucesso no país. Essa oportunidade é ainda maior considerando que o estado tem um Comitê Estadual de Gestão do Fogo, com ações planejadas e recursos dedicados à agenda. O desempenho de 2025 reforça que a redução do fogo é possível e que estratégias de manejo planejado, aliadas ao monitoramento e à participação comunitária, podem ser centrais para evitar novos picos de incêndios no próximo ciclo climático. 

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