Missa celebra processo de beatificação de padre executado em MT

Uma missa em prol da beatificação do Padre Nazareno Lanciotti, religioso que viveu em Mato Grosso e foi assassinado nos anos 2000, será realizada no dia 20 de novembro, às 18h30, na Catedral Basílica do Senhor Bom Jesus de Cuiabá, precedida por Cenáculo Mariano, às 17h. A celebração será presidida por Dom Mário Antonio, Arcebispo de Cuiabá e contará com a presença do Padre Enzo Gabrieli, postulador da causa de beatificação de Padre Nazareno. O padre está em processo de se tornar santo.

Já no dia 21 de novembro, às 10h, uma palestra aberta a alunos, fiéis e público em geral será realizada no auditório da UNIFACC, Avenida Dom Orlando 105 Várzea Grande, pelo padre Enzo Gabrieli, que abordará o processo de beatificação e o legado espiritual do sacerdote.

Nazareno Lanciotti foi um missionário italiano reconhecido por sua vida de santidade e martírio em Mato Grosso. Em 1972, Padre Nazareno chegou a Jauru, então uma cidade pobre, sem estrutura, mas repleta de fé. Iniciou sua missão praticamente do zero, celebrando missas em locais improvisados, atendendo os doentes e amparando os mais necessitados.

Construiu escolas para as crianças, um hospital para os enfermos e um asilo para idosos, abrigo para quem não tinha ninguém. Sua dedicação ultrapassava o aspecto social: era um verdadeiro pastor, preocupado com o crescimento espiritual de seu povo.

Atendia 57 comunidades, que visitava mensalmente. Em cada uma, atendia confissões e chamava todos pelo nome — e, se alguém faltava, perguntava por essa pessoa. Após o dia de visitas, retornava para celebrar a missa das 19h e, mesmo à noite, ia ao hospital levar conforto e a Eucaristia aos doentes.

Homem de profunda espiritualidade e amor à Eucaristia e à Virgem Maria, transmitia firmeza de fé em cada palavra e gesto. Sua voz e seu exemplo eram sinais vivos de amor a Jesus Cristo e à Igreja.

Na noite de 11 de fevereiro de 2001, dois homens armados invadiram sua casa e o alvejaram. Mesmo ferido, sua última preocupação foi com os outros: “Não façam mal a ninguém.” Sua morte comoveu toda a comunidade, mas seu testemunho permanece vivo.

O processo de beatificação começou oficialmente em 2007, com autorização da Santa Sé. A fase diocesana reuniu testemunhos e documentos sobre sua vida e martírio, encaminhados ao Vaticano, onde, em 2017, sua Positio foi analisada por especialistas. Atualmente, a causa segue em estudo por teólogos e cardeais.

Muitos fiéis relatam graças alcançadas por sua intercessão e o reconhecem como verdadeiro servo de Deus e mártir da fé. Seu exemplo continua a inspirar novas gerações a viverem com amor, oração e entrega ao Imaculado Coração de Maria.
“Padre Nazareno não morreu... Entrou na Vida. E, como bom pastor que foi, continua nos ajudando a corresponder à vontade de Deus.”