substâncias cancerígenas 10.03.2022 | 07h11
thalyta@gazetadigital.com.br
Josi Pettengill/Secom-MT
(Atualizada às 13h17) Em Mato Grosso, entre 2018 e 2020, a água que sai da torneira estava contaminada em pelos menos 19 municípios. É o que mostra o Mapa da Água, do Repórter Brasil, lançado esta semana. Entre os compostos encontrados nas amostras estão agrotóxicos, materiais radioativos e até substâncias químicas geradas a partir do tratamento de água. Das 19 cidades, em 17 foram encontradas substâncias cancerígenas.
Essas substâncias trazem riscos à saúde e até do desenvolvimento de câncer, sendo algumas delas já proibidas na Europa justamente por esse risco. Isso significa que abrir a torneira - mesmo quando a água é "tratada" - nem sempre é seguro.
No estado foram coletadas 40.970 amostras nos 3 anos do levantamento, dos quais 34 apresentaram contaminação acima do limite de segurança, ou seja, quando traz riscos para as pessoas. Segundo o Mapa da Água, uma água contaminada é como um alimento que passa do prazo de validade, ou seja, imprópria para o consumo.
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Foram encontradas 15 substâncias reconhecidas como cancerígenas, segundo a classificação de risco da Organização Mundial da Saúde ou de agências regulatórias da União Europeia, Estados Unidos, Canadá e Austrália. Os critérios dos "limites de segurança" são definidos pelo Ministério da Saúde.
Entre as substâncias encontradas na água dos mato-grossenses estão chumbo, selênio, rádio (substância radioativa), clordano (agrotóxico), níquel, nitrato, arsênio, entre outros.
A cidade de Mato Grosso com mais substâncias acima do limite foi Paranatinga (378 km ao sul de Cuiabá). Nas amostras foram encontrados substâncias cancerígenas como o arsênio (pode causar tumores na pele, pulmão, bexiga e rins), nitrito (substância inorgânica utilizada como conservante de carnes e embutidos) e cloreto de vinila (usado na fabricação de tubos, plásticos e na manufatura de solventes clorados). Além disso, também foi coletado trihalometanos total, um subproduto do tratamento de água, que acima do limite permitido pode afetar fígado, rins e o sangue.
Já os elementos radioativos foram localizados nas amostras de Sinop (500 km ao norte) e Tangará da Serra (239 km a médio-norte) com atividade alfa total; e Comodoro (644 km a oeste), com Rádio 228. As duas substâncias são cancerígenas.
Na lista com as 19 cidades mato-grossenses constam aind contaminação por fertilizantes, agrotóxicos, subprodutos obtidos durante o tratamento da água e vários metais.
Confira a lista completa
1. Guarantã do Norte
- Cloradano: agrotóxico, pode causar câncer
- Endrin: agrotóxico, traz riscos à saúde
2. Marcelândia
- Aldrin + Dieldrin: agrotóxico, pode causar câncer
3. Sinop
- Atividade alfa total: radioatividade, pode causar câncer
4. Sorriso
- Nitrato: fertilizante, pode causar câncer
5. Juína
- Níquel: pode causar câncer
6. Tangará da Serra
- Atividade alfa total: radioatividade, pode causar câncer
- Cádmo: pode causar câncer
- Urânio: risco à saúde
7. Cáceres
- Chumbo: pode causar câncer
- Selênio: pode causar câncer
- Urânio: traz riscos à saúde
8. Campo Verde
- Níquel: pode causar câncer
9. Pedra Preta
- Arsênio: pode causar câncer
10. Paranatinga
- Arsênio: pode causar câncer
- Nitrato: fertilizante, pode causar câncer
- Cloreto de Vinila: pode causar câncer
- Trihalometanos Total: subproduto de desinfecção, traz riscos à saúde
11. Pontal do Araguaia
- Cloreto de Vinila: pode causar câncer
12. Confresa
- Ácido Haloacético Total: subproduto de desinfecção, traz riscos à saúde
13. Campinápolis
- Trihalometanos Total: subproduto de desinfecção, traz riscos à saúde
14. Primavera do Leste
- Benzo[a]pireno: pode causar câncer
- Mercúrio: traz riscos à saúde
- Urânio: traz riscos à saúde
15. Cuiabá
- Nitrato: pode causar câncer
16. Comodoro
- Rádio-228: radioatividade, pode causar câncer
- Nitrato: pode causar câncer
17. Arenápolis
Acrilamida: pode causar câncer
18. Juína
- Níquel: pode causar câncer
19. Alto Garças
- Lindano (gama HCH): agrotóxico, pode causar câncer
- BEnzo[a]pireno: pode causar câncer
Outro lado
O Serviço Autônomo Municipal de Água e Esgoto de Tangará da Serra (SAMAE) declarou por meio de nota que "não procede a informação noticiada pelo 'Mapa da Água' (...) de que a popualação tangaraense consumiu água contaminada entre os anos de 2018 e 2020". A autarquia ainda afirma que as amostras analisadas não contém irregularidades e que desde 2016 possui "controle rigoroso na análise laboratorial, monitoramento e acompanhamento da água distribuída".
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Daniel Teixeira Ximenes - 10/03/2022
Eu vejo no meu entender que cidades que não tem atividades agrícolas estão relacionadas aqui ,e as que todos as que trabalham com a agricultura nao estão aqui nesta estatisca como Campo de Júlio Campo Novo Nova Mutum Sorriso São inúmeras ,revejam estas estática ,não tiram ou transfiram culpas em município inocentes Sou de campo novo do parecis mt
1 comentários