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DEU EM A GAZETA 20.10.2025 | 06h48

Obras em terminal se arrastam há 3 anos e sem data para fim

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Dantielle Venturini

redacao@gazetadigital.com.br

JOãO VIEIRA

JOãO VIEIRA

Mais de um ano após o fechamento total para reforma, o Terminal do CPA 3 segue inacabado, com obras paralisadas e sem previsão de conclusão. Um dos principais pontos de embarque e desembarque na região, o local foi fechado em junho de 2024, mas a reforma e modernização se arrasta entre inícios e paralisações desde 2022. O que deveria ser uma intervenção simples, com prazo de execução de 210 dias, virou um problema crônico.

 

Em janeiro de 2025, a obra estava 80% concluída. Desde então, nenhum avanço foi registrado. A equipe de A Gazeta esteve na obra nesta semana e confirmou o cenário de paralisação. No local, cercado por tapumes, apenas uma “portinha” aberta dá acesso ao interior do local para que motoristas do transporte público possam, pelo menos, utilizar o banheiro. Um deles afirmou à reportagem que há uma “vigia” na obra, mas no momento em que a equipe esteve por lá, a pessoa não foi vista.

 

A obra orçada em R$ 2,5 milhões foi planejada para modernizar o terminal e atender melhor cerca de 40 mil passageiros por dia, mas não avança, e o que era para ser uma reforma simples, com a revitalização, organização dos banheiros e climatização, transformou-se em um problema de gestão pública. Desde o início, em 2022, quando as obras estavam previstas em R$ 1,5 milhão, os prazos não foram cumpridos.

 

Após anos de paralisação, em 2024 um novo contrato foi feito com o acréscimo de valores e novo prazo para 210 dias. A demora em concluir o local não apenas frustrou os usuários, como agravou as condições do terminal e expôs a população, assim como os próprios motoristas, a situações cada vez mais precárias.

 

“A gente também é impactado né, porque a população fica revoltada, impaciente, e com toda a razão”, afirma um motorista do transporte público, que pediu para não ser identificado. Moisaniel Batista, 60, morador da região do CPA, afirma que a obra escancara o descaso e a incapacidade de planejamento e execução por parte do poder público, que falha em entregar um serviço básico à população. “Pensa que isso aqui é o menor dos problemas diante dos que se tem uma capital, e mesmo assim a administração pública não consegue resolver”. Ele lembra ainda que “apesar de ser uma obra pequena”, o falta do espaço impacta diretamente na vida dos moradores da região. “Para a prefeitura isso aqui é nada, mas para a gente é um melhor conforto, melhor acessibilidade”.

 

PARADAS IMPROVISADAS

Com o terminal fechado, os passageiros foram redirecionados para oito pontos de paradas improvisadas ao redor do terminal. A estrutura provisória, composta por simples pontos de ônibus comuns, não oferece proteção contra as intempéries. Além da falta de estrutura adequada para embarque e desembarque, a iluminação precária à noite tem gerado um clima de insegurança.

 

“Aqui fora, a gente sofre com o sol durante o dia e com a falta de segurança à noite”, diz um usuário do transporte coletivo. Euriene Lourdes, 29, afirma que as condições em que criança e idosos, assim como demais passageiros estão expostos no local, são inaceitáveis. “Um pedacinho de cobertura que não é suficiente para a quantidade de gente que fica aqui”, desabafa. Segundo ela, que passa pelo local todos os dias, o pior horário é durante à tarde, já que o sol pega de frete com os abrigos. “Fica todo mundo disputando um pedacinho de sombra”.

 

A falta de acessibilidade também é uma reclamação. Com pontos de parada que não são adequados para pessoas com deficiência ou idosos, muitos encontram dificuldade tanto para descer, como para subir nos ônibus. Uma comerciante próxima ao local afirma que já presenciou diversas cenas em que idosos quase caíram. “É que não tem como o ônibus encostar, o degrau é mais alto, então dá uma certa dificuldade para quem já é de idade ou tem problemas físicos”.

 

SEM ÁGUA E BANHEIRO

A situação é ainda mais complicada pela falta de itens essenciais que eram oferecidos dentro do terminal antes da reforma. Bebedouros, banheiros e lanchonetes, que eram parte da infraestrutura, não estão disponíveis nos pontos improvisados. Muitos vendedores ambulantes, que receberam a promessa de que seriam regularizados e teriam um espaço para trabalhar, desistiram da região por não encontrar um espaço adequado, já que o espaço aberto à margem do terminal onde costumavam ficar, tornou-se improvisado para a população.

 

A iluminação precária também é uma reclamação, já que os postes não iluminam o suficiente, o que aumenta a sensação de insegurança à noite. “A verdade é que nos sentimos idiotas porque as promessas eram de que rapidamente a gente voltaria a usar o terminal, mas dai já tem mais de um ano nessas condições e sem nem mesmo um prazo estabelecido”, afirma uma ambulante, que não quis se identificar.

 

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