deu em a gazeta 14.06.2025 | 07h00
aline@gazetadigital.com.br
Mel Rodrigues
Com a aproximação prevista da inauguração do Hospital Central, em setembro de 2025, e o risco iminente de fechamento do Hospital Estadual Santa Casa, em Cuiabá, aumenta o medo e indecisão quanto ao tratamento de pacientes oncológicos hoje atendidos na unidade. Atualmente, são 500 adultos sendo acompanhados na oncologia clínica com autorização de procedimentos ambulatoriais (APAC) e 100 crianças fazendo quimioterapia. Na radioterapia, o número de pacientes chega a 74 em tratamento e outros 70 agendados para consulta e avaliação, para definir se vão fazer radioterapia ou não.
Médica radioterapeuta, Maria Elisabeth Meurer Alves diz que além da rede não absorver de pronto os pacientes da Santa Casa, há outra situação que implica no tratamento. A radioterapia dispõe de um aparelho, na Santa Casa, que custa R$ 1,5 milhão, que é do Centro de Oncologia e presta serviço ao Sistema Único de Saúde.
“Para que você tenha esse serviço, primeiro você precisa de uma sala especial, do aparelho, de uma série de profissionais e que a Comissão Nacional de Energia Nuclear aprove o funcionamento. Não tem como dizer que vai fechar. Para onde
vão esses pacientes? Cada aparelho, ele pode fazer um limite, é mais ou menos 100 pacientes. No Hospital de Câncer
têm dois aparelhos funcionando, a Santa Casa mais um. Então, são 300 pacientes e ainda uma lista de pessoas esperando para iniciar tratamento. Se fechar a Santa Casa, não vai fechar essa conta de atendimento. Sem contar que a radioterapia do Hospital da Santa Casa é a mais antiga em funcionamento”.
Presidente do Conselho Regional de Medicina de Mato Grosso (CRM-MT), Diogo Leite Sampaio destaca que desde 2012
vigora lei estabelecendo que desde o diagnóstico do paciente oncológico, até o início do tratamento, não deva decorrer 60
dias. Mas a realidade é de que só a fila para iniciar a radioterapia chega a 60 dias de espera. Afirma que fechar a Santa Casa
e, consequentemente, o atendimento de radioterapia hoje prestado na unidade, irá agravar ainda mais a situação. “Se fechar o atendimento de oncologia clínica, como é que fica o tratamento oncológico dos mato-grossenses, já que a Santa Casa presta atendimento a todo o estado? É um hospital que atende média e alta complexidade e dá uma retaguarda muito grande de leitos. No Hospital Central vão ter cirurgias oncológicas, mas não vai haver toda a estrutura que, em paralelo, ocorre no tratamento do paciente oncológico”.
Diogo afirma que a unidade de referência de oncologia clínica ou de radioterapia precisa de um suporte de leitos para que o paciente tenha o seu atendimento também nos casos das complicações, inclusive do internamento necessário para esse tratamento oncológico. “Como a população vai ficar se a Santa Casa fechar sem que haja essa retaguarda? Não dá para fechar uma história de 200 anos que atendeu tão bem a população mato-grossense”, avalia.
Leia matéria completa na edição do jornal A Gazeta
Publicidade
Publicidade
Milho Disponível
R$ 66,90
0,75%
Algodão
R$ 164,95
1,41%
Boi à vista
R$ 285,25
0,14%
Soja Disponível
R$ 153,20
1,06%
Publicidade
Publicidade
O Grupo Gazeta reúne veículos de comunicação em Mato Grosso. Foi fundado em 1990 com o lançamento de A Gazeta, jornal de maior circulação e influência no Estado. Integram o Grupo as emissoras Gazeta FM, FM Alta Floresta, FM Barra do Garças, FM Poxoréu, Cultura FM, Vila Real FM, TV Vila Real 10.1, TV Pantanal 22.1, o Instituto de Pesquisa Gazeta Dados e o Portal Gazeta Digital.
É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem a devida citação da fonte.