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28.11.2017 | 09h47

Piscar descontroladamente pode ser sintoma de doença que provoca cegueira

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Piscar é um ato natural e saudável. Em média, uma pessoa pisca entre 15 e 20 vezes por minuto. Sim, é bastante. Tanto que chegamos a ficar com os olhos “fechados” cerca de 10% do tempo em que estamos acordados. O piscar tem duas funções principais: lubrificar os olhos e nos proteger de algo que possa ameaçá-los. Poeira, por exemplo, ou uma mão que se aproxima.

Só que, algumas pessoas – especialmente aquelas acima de 56 anos – podem sofrer com uma condição caracterizada por piscar descontroladamente, chamada de blefaroespasmo essencial, uma distonia focal rara, com uma incidência entre 16 e 133 casos a cada 1 milhão de pessoas. O blefaroespasmo é tão raro, que estudos feitos nos Estado Unidos apontam que os pacientes chegam a visitar quatro médicos antes de conseguir o diagnóstico final.

Início insidioso
Segundo a médica Tatiana Nahas, oftalmologista, especialista em cirurgia de pálpebras e Chefe do Serviço de Plástica Ocular da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo, o blefaroespasmo é caracterizado por contrações espasmódicas bilaterais dos músculos ao redor dos olhos, especificamente da musculatura que controla o movimento da pálpebra e dos cílios. “Essas contrações, que são chamadas de espasmos, fazem com que as pálpebras se fechem”, explica.

O blefaroespasmo, geralmente, começa com um simples piscar continuado, mas pode se arrastar por dias ou até mesmo por semanas, afetando a qualidade de vida da pessoa. Se não tratado, o blefaroespasmo irá evoluir para a chamada cegueira funcional”, diz.

Divulgação

Espasmos aumentam e há o risco de cegueira funcional

Genética e estresse são algumas causas
A causa exata do blefaroespasmo permanece desconhecida. Entretanto, alguns estudos apontam que a genética é importante, já que é comum encontrar membros de uma mesma família que desenvolveram a condição. Além disso, eventos estressantes, como morte de cônjuge, perda de emprego, infidelidade conjugal, problemas financeiros, entre outros, estão ligados ao desencadeamento do blefaroespasmo.

O que a pessoa sente?
No início, o paciente poderá relatar aumento da frequência ou duração do ato de piscar, assim como dificuldade de manter os olhos abertos. A maioria dos pacientes irá apresentar uma produção de lágrimas deficiente. Isso leva a irritação dos olhos e, consequentemente, a piora dos espasmos. Um estudo mostrou que no início do quadro, mais da metade dos pacientes com blefaroespasmo apresenta queixas oftalmológicas de irritação, fotofobia (sensibilidade à luz), olho seco ou sensação de corpo estranho.

“Nota-se que ao longo de algumas semanas, os espasmos ficam cada vez mais frequentes e, com isso, pode surgir a cegueira funcional que leva a outras situações como isolamento social e incapacidade para o trabalho. O comprometimento das atividades da vida diária, como dirigir, ver TV, ler ou sair de casa sozinho é importante em pessoas com blefaroespasmo”, comenta a médica.

Outro ponto é que a ação constante de forças oponentes, ou seja, entre os músculos que abrem e os que fecham as pálpebras, pode causar várias alterações palpebrais, como ptose, ectrópio e entrópio, por exemplo.

Diagnóstico diferencial

Para fechar o diagnóstico do blefaroespasmo, o médico oftalmologista irá realizar diversas avalições e solicitar exames, inclusive neurológicos. O blefaroespasmo pode ser secundário, ou seja, ser uma comorbidade de outras doenças oftalmológicas, como síndrome do olho seco, entrópio espástico, triquíase, blefarite, uveíte, catarata subcapsular, entre outras condições.

Tratamento pode ser feito com toxina botulínica
Um dos tratamentos mais efetivos para o problema é o uso de toxina botulínica. A substância é injetada nos músculos afetados para enfraquecê-los e bloquear os impulsos nervosos que levam a essa contração ininterrupta. “Geralmente, é preciso repetir o procedimento a cada três ou quatro meses”.

Nem todos os casos respondem ao tratamento com a toxina botulínica. Para estes, é recomendada a cirurgia. “Uma das opções cirúrgicas – há várias - é remover toda a musculatura da pálpebra superior e parte da pálpebra inferior. Essa técnica é chamada de miectonia limitada. Ela melhora os aspectos funcionais e os estéticos do paciente”, completa a médica.

“É importante ressaltar que embora raro, o blefaroespasmo representa um importante fator de risco para a cegueira funcional, afeta a qualidade de vida e a execução de atividades diárias, como sair de casa, cozinhar, ler, etc. Mas, o tratamento reverte essa condição. Quanto mais cedo for feito, melhor será o resultado”, conclui.

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