'Covid zero' 22.05.2022 | 08h00
Divulgação/Governo do Uruguai
A política rígida chamada “Covid zero” adotada pela China para controlar o avanço dos casos de Covid-19 fez a brasileira Andreza Silva passar por diversas dificuldades durante as últimas semanas de sua gestação. Em busca de oportunidades profissionais, ela se mudou para o país em 2017 e, em 2018, foi morar em Xangai, cidade que enfrentou um surto de infecções pelo vírus e ainda segue em isolamento.
O lockdown começou para a brasileira no dia 26 de março, quando estava com 36 semanas de gestação. À princípio, o governo local havia anunciado que o isolamento iria durar poucos dias, entretanto, a medida se estende por quase dois meses. Segundo Andreza, não houve tempo para que ela e o marido pudessem comprar comida e outros itens básicos para estocarem em casa.
“Foi uma situação bem estressante porque nesse período eu precisaria ir ao hospital toda semana para fazer o pré-natal, mas o hospital em que fui acompanhada fica do outro lado da cidade”, explica. “Falei com o síndico do condomínio em que moro para ter a autorização para sair de casa, mas também precisava de um meio de transporte próprio.”
Por conta desse impasse, ela pediu ajuda a um de seus vizinhos, que iria levá-la para fazer um teste de Covid, antes de seguirem ao hospital. “Um dia antes do nosso combinado minha bolsa estourou, por sorte já tínhamos tudo planejado, mas chegar ao hospital foi um 'parto'".
Após o nascimento do bebê, Andreza e o marido decidiram que vão sair da China em junho e, assim como eles, muitos habitantes de Xangai estão irritados com a política “Covid zero”. Alguns protestos ocorreram pela cidade e muitas pessoas usaram as redes sociais para reclamar.
Segundo a brasileira, o confinamento intenso tem provocado tentativas de suicídio na região.
Ela conta que em 2020, no início da pandemia de Covid-19, o isolamento não foi tão rígido e que o comércio continuava aberto. Na última quinta-feira (19), os moradores de Xangai puderam sair para fazer compras de mantimentos pela primeira vez em quase dois meses. Geralmente os itens eram comprados em conjunto por algum responsável pela administração do condomínio.
A cidade estabeleceu metas para que o lockdown possa chegar ao fim até o dia 1º de junho. Mas muitos habitantes receberam a notícia com desconfiança porque já enfrentaram várias mudanças do cronograma e das medidas de restrição. “Essa situação é ridícula, não conseguimos acreditar no governo porque não cumprem as medidas que anunciam”, diz Andreza.
“Meu filho nasceu durante esse lockdown e está muito difícil. Se ele ficar doente, não temos como sair, não temos nenhum amparo.”
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