em Gaza 18.10.2025 | 10h27
Reprodução
Após o cessar-fogo com Israel, o grupo terrorista Hamas retomou o controle de áreas da Faixa de Gaza empregando execuções públicas de supostos criminosos e colaboradores. As cenas, registradas em vídeos publicados na internet e confirmadas por veículos como CNN, BBC e ABC News, mostram homens encapuzados e armados fuzilando detidos diante de multidões. Os terroristas afirmam agir para “restaurar a ordem”, mas observadores e entidades de direitos humanos denunciam uma escalada de violência e intimidação.
As execuções ocorreram principalmente no bairro de Sabra, na Cidade de Gaza, poucos dias após a retirada das tropas israelenses. Imagens verificadas mostram pelo menos oito homens ajoelhados, vendados e amarrados sendo mortos a tiros.
A Comissão Independente de Direitos Humanos da Palestina classificou o episódio como “crime grave e injustificável”, pedindo responsabilização imediata. Já o gabinete do presidente palestino Mahmoud Abbas condenou os atos como “violações flagrantes dos direitos humanos”.
O Hamas sustenta que os executados eram “colaboradores com Israel e infratores da lei”, e alega que as sentenças foram precedidas por “processos judiciais completos”. No entanto, nenhuma prova foi apresentada, e a versão oficial é contestada por testemunhas e organizações locais, que descrevem os atos como execuções sumárias.
O episódio ampliou tensões entre o grupo terrorista e clãs rivais, sobretudo a influente família Doghmush, acusada de manter ligações com serviços de inteligência estrangeiros.
Em meio à disputa por poder, o Hamas teria mobilizado cerca de 7.000 combatentes para “limpar” Gaza de supostos traidores. As ofensivas incluem prisões em massa e confrontos com milícias familiares, resultando em dezenas de mortes. A família Doghmush afirma ter perdido ao menos 28 integrantes após entregar membros ao grupo terrorista mediante promessas de segurança. Em comunicado, denunciou “campanha de intimidação e assassinatos injustificados”.
O padrão de punição pública evoca práticas do Talibã no Afeganistão, que também usou execuções e amputações como demonstrações de autoridade. Analistas apontam que, assim como os talibãs após a retirada americana, o Hamas busca reafirmar legitimidade política e religiosa diante do colapso institucional e da pressão internacional por um novo governo palestino. Em Gaza, o terror se transforma novamente em ferramenta de controle social.
Apesar das críticas externas, parte da população local expressa apoio. Moradores relatam que as ações do grupo reduziram furtos e brigas em mercados e ruas. Outros, porém, veem na violência um sintoma de barbárie.
O episódio repercutiu internacionalmente. O governo dos Estados Unidos manifestou preocupação, enquanto o presidente Donald Trump, mediador do cessar-fogo, minimizou o caso. “Eles eliminaram gangues perigosas”, declarou. O comentário gerou críticas entre aliados ocidentais, que veem nas execuções um obstáculo ao plano de paz que prevê o desarmamento do Hamas e a criação de um governo técnico supervisionado por uma comissão internacional.
Para especialistas, a ausência de forças de estabilização árabes e a demora na implementação do acordo podem agravar o caos. O analista Hans-Jakob Schindler, do Counter Extremism Project, alerta que o vácuo de poder já está produzindo “violência de estilo Estado Islâmico” e ameaça comprometer qualquer reconstrução política e humanitária. Sem uma estrutura civil legítima, Gaza se torna palco de um ciclo de vingança, medo e impunidade.
Enquanto isso, o Hamas tenta consolidar sua narrativa. Em seus canais oficiais, o grupo descreve as execuções como “operações de segurança bem-sucedidas” e exibe imagens de seus combatentes patrulhando ruas, organizando o trânsito e permitindo a passagem de comboios da Cruz Vermelha. O contraste entre ordem e brutalidade revela o paradoxo de um poder que se impõe pela força, em uma Gaza devastada por anos de guerra e desamparo institucional.
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