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NA BUSCA POR JUSTIÇA 20.11.2025 | 09h10

'Vida era um inferno', diz filha que teve a mãe morta pelo padrasto

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A biomédica Caroline Fernandes, 24, filha da terapeuta capilar Gleici Keli Geraldo de Souza, 42, assassinada a facadas pelo marido Daniel Bennemann Frasson, criou um perfil em rede social dedicado ao apelo por justiça para o crime cometido contra mãe. A jovem narra um relacionamento conturbado entre a mãe e o padrasto, marcado por desentendimentos, brigas, chantagens e questiona a inimputabilidade do homem diante do histórico de desavenças conjugais.

 

Segundo Caroline, a mãe permaneceu por 15 anos com Daniel, acreditando que poderia mudar o companheiro. A jovem relata que se questionou por muito tempo porque a mãe estava junto do padrasto e revela que durante 6 anos morou na mesma casa que o casal na cidade de Tangará da Serra e a vida era “um inferno”.

 

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“Ele apareceu em nossa vida quando eu tinha 9 anos. Estavam há 1 mês juntos. Passou Natal conosco e disse que era para chamá-lo de pai porque era o que ele seria. Os primeiros 3 anos de relacionamento quando ‘não tinham nada’ foram ótimos. Minha mãe e eu morávamos com minha vó”, recorda.

 

A jovem dá sequência narrando que o padrasto foi expulso de uma república onde morava com colegas de faculdade e então passou a morar com elas certo tempo até achar um a kitnet para mudar, enquanto a mãe trabalhava e montava o enxoval da casa em que eles iriam morar.

 

Posteriormente ele formou na faculdade, foi empregado e conforme “alavancava” financeiramente a jovem descreve que “tudo piorava”. “O ego subia cada vez mais. Alugaram uma casa que depois compraram e fomos os 3 morar nela. Aí o inferno começou”, cita.

 

Caroline expõe que cansou de contar quantas vezes ouviu a mãe chorando trancada no banheiro e a via desmaiar por nervosismo extremo, além de inúmeras tentativas de conversar sobre o relacionamento. Nesse período, a relação entre padrasto e enteada também piorou, já que a garota discordava do tratamento dado a mãe.

 

“Incontáveis vezes minha mãe era chamada de ‘louca’ quando questionava algo. A casa virou um pé de guerra. Eu de um lado, ele de outro e minha mãe no meio. Com 12/13 anos precisei entender que aquela era a escolha da minha mãe e para não fazê-la sofrer ainda mais, precisava tolerar, mesmo não aprovando”, diz.

 

Ela acrescenta que a mãe então largou a vida em Tangará e se mudou para Lucas do Rio Verde para seguir o sonho do padrasto, enquanto Caroline ficou na cidade pela faculdade. Porém, a distância da irmã caçula lhe incomodava. Ao formar-se, mudou para Lucas no intuito de ficar mais próxima da mãe e da irmã.

 

“Tiveram sim momentos saudáveis, mas a proporção desses momentos em 15 anos foram minúsculas. Não consigo lembrar de uma viagem em família que tenha sido realmente boa, porque todas ele estragava com o mau-humor dele. Ele sempre se empurrava e se afastava, passando a viagem no quarto”, aponta.

 

Ao final do desabafo escrito, Caroline sinaliza indiretas para uma familiar de Daniel que teria questionado sua convivência com o casal e finaliza “Você pode achar que conhece seu parente mais que eu, mas tenho certeza que conheço o assassino da minha mãe melhor que você”.

 

A jovem ainda acrescenta prints de desabafos da mãe e pedidos de orientação sobre o relacionamento, onde enviava a filha textos dizendo que o padrasto não celebrava suas conquistas e não a apoiava em seus projetos, principalmente em relação a sua marca de produtos capilares. “Ao invés de me apoiar, de se alegrar comigo, você se afasta, me deixa sozinha, me trata com desdém e me magoa. Chego a questionar se há algo mais por trás disso”, disse Gleici.

 

O caso

Gleici Keli Geraldo de Souza, 42, foi morta a facadas, no dia 24 de junho, enquanto dormia. O crime ocorreu em Lucas do Rio Verde e o marido da vítima, Daniel Bennemann Frasson, 36, foi preso acusado pelo feminicídio. A filha do casal, uma menina de 7 anos, também foi esfaqueada, mas sobreviveu após dias internada na UTI, e hoje vive com a irmã mais velha.

 

No dia do crime, Daniel ainda tentou contra a própria vida. Ele foi encontrado com sangramento, mas foi socorrido e levado ao hospital, sobrevivendo. Dias depois, o acusado recebeu alta hospitalar em Lucas do Rio Verde (354 km ao norte de Cuiabá) e foi transferido ao Centro de Ressocialização de Sorriso (420 km ao norte de Cuiabá).

 

O laudo da Politec concluiu que Daniel Bennemann Frasson pode ser inimputável, ou seja, que no momento do crime ele não teria plena capacidade de entender o caráter ilícito do ato. O engenheiro segue preso preventivamente, recebendo medicação na unidade prisional. A justiça deverá julgar se o réu vai a júri popular ou se uma medida de segurança será aplicada pela alegação da defesa de transtornos mentais.

 

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