Agentes pedem prisão de vereador e citam 'ato político'

Atualizada às 10h04 Em grande número e com ânimos de revolta, agentes do socioeducativo fazem protesto na Câmara de Vereadores, nesta terça-feira (5), e cobram que seja aberta investigação interna contra o parlamentar Marcos Paccola (Republicanos). O político matou o servidor do sistema penitenciário Alexandre Miyagwa, 41, o Japão, na sexta-feira (1). Desde então, ele tem apresentado versão diferente do que mostram imagens de câmeras de segurança.

Vídeo do sistema de segurança de um comércio da rua mostra o momento dos tiros. Alexandre está de costas quando é  baleado pelo vereador. Ele morre em seguida. A cena do crime ainda é alterada, visto que a arma do agente é removida do local em que caiu originalmente. Paccola alega que agiu em legítima defesa.

O sindicalista Antônio Wagner, representante do Fórum Sindical, avalia que o vereador quis ser “herói” e “lacrar” para conseguir se eleger, visto que almeja ocupar cargo de deputado federal.

“Na história do bandido bom é bandido morto, ele achou que ia lacrar, matar um bandido, ser o herói e ser eleito. A sociedade não pode aceitar isso, se não vamos voltar a idade média”, destaca o representante dos servidores.

No ato, o que se ouvia dos colegas de profissão da vítima clamor pela prisão do atirador.

“Tem que pedir prisão, tem que ir preso esse desgraçado, ele matou a sangue frio, matou pelas costas, assassino, covarde, lugar de bandido e na cadeia”, clamam em coro os servidores. 

A família da vítima compareceu ao protesto, mas não quis dar entrevistas.

Indignado, o presidente do Sindicato dos Agentes do Sistema Socioeducativo, Paulo Cesar de Souza, garante que a conduta do vereador é contrária ao treinamento recebido pelos funcionários da segurança pública. Ainda destacou que Paccola é policial militar aposentado e que não tem prerrogativa para agir como tal mais. Ainda afirmou que o nome da corporaçao está sendo manchado.

"Nós também temos prerrogativa para porte de arma de fogo, aprendemos que aquilo que ele fez ali é errado. E nós somos ensinados por eles, pela Polícia Militar, que é uma instituição que está sendo manchada por alguns servidores. O que o vereador fez é inadimissível em qualquer lugar do mundo", argumenta.

 Segundo o presidente, muita coisa está "passando batido" pela Câmara e que se não agir agora, "vai ficar muito feio.

"Vão continuar sendo a casa dos horrores, se sociopatas. É o momento de fazerem alguma coisa. Isso não pode ficar assim", destaca.