'HIPOCRISIA AMBIENTAL' 11.11.2021 | 08h17

redacao@gazetadigital.com.br
Assessoria
Ao fazer um balanço da participação de Mato Grosso na Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP26) - que é um dos encontros decisivos sobre o futuro do meio ambiente mundial -, o governador Mauro Mendes (DEM) defendeu a exploração de terras indígenas em um regime de "compensação".
Questionado sobre um suposto descompasso entre a o discurso de defesa ambiental de Mato Grosso e as políticas de exploração mineral no estado, Mendes disse à imprensa na manhã desta quarta-feira (10) que os recursos naturais têm que ser aproveitados sob o argumento de geração de riqueza para o país.
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A tônica do apontamento de Mendes se concentra no "uso racional" dos bens naturais disponíveis. Para exemplificar, o governador citou a reserva Raposa Serra do Sol, em Roraima, que é visada pelo setor de mineração devido às jazidas de ouro e diamantes presentes em seu solo.
Ao relembrar diálogo junto ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido), o democrata citou como exemplo a reserva. Segundo Mendes, a criação da Raposa Serra do Sol barra a exploração mineral que poderia render até trilhões de dólares ao país.
"Já disse isso uma vez na frente do nosso presidente Jair Bolsonaro. Todos aqui já devem ter ouvido falar daquela lá, em Roraima, daquela serra Raposa do Sol. Lá, diz que tem minérios que são bilhões, bilhões e talvez trilhões de dólares enterrados ali. Foram lá e criaram uma reserva indígena em cima para o Brasil não explorar", disse.
O chefe do Executivo estadual emendou dizendo que situações como a da reserva equivalem a ter "um quadro que vale milhões na parede da sua casa e você passando fome".
A fala do governador, que leva em conta a possibilidade de maior geração de riqueza com a exploração ambiental, não se desdobrou diretamente na discussão sobre distribuição de renda, que é uma das piores do mundo no Brasil, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística com estimativas do Banco Mundial.
"Aqui no Brasil, você não pode nem chegar perto de uma APP dentro da cidade. Você tem que deixar ali 30 metros, o rio tem que passar intacto. Você vai na Europa, no mundo inteiro, o rio é concretado dentro da cidade. Eu pergunto: o mundo inteiro está errado e só o Brasil está certo?", afirmou o governador.
Para Mendes, a alternativa para a exploração ambiental é o regime de compensação, no qual uma parcela de terra é utilizada e alguma ação, em um modelo de contrapeso, é realizada em troca. "Não podemos ter o que eu chamo de hipocrisia ambiental. Preservação é usar racionalmente aquilo que nós temos, preservando. Agora, preservar não significa não utilizar", finalizou.
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