entenda diferenças 18.10.2025 | 18h00
allan@gazetadigital.com.br
Montagem GD
A possibilidade de substituir o atual Ônibus de Trânsito Rápido (BRT) pelo Bonde Urbano Digital (BUD) gerou polêmica e dúvidas entre a população esta semana. A ideia foi levantada pelo vice-governador Otaviano Pivetta (Republicanos), após viagem ao Paraná, primeiro estado da América do Sul a testar a tecnologia.
Em setembro deste ano, o próprio governador Mauro Mendes (União) reforçou que o governo já realizava estudos sobre o tema “há algum tempo”, mas mantinha a ideia “debaixo dos panos” sob a justificativa de que a gestão prioriza “fazer” em vez de apenas “falar”.
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A polêmica gerou preocupação entre os cuiabanos, considerando o histórico do transporte coletivo na cidade. O Veículo Leve Sobre Trilhos (VLT), previsto para a Copa de 2014, nunca foi concluído e os trens acabaram vendidos ao governo da Bahia. Já o BRT, escolhido posteriormente, também enfrenta atrasos e problemas de implementação.
Apesar do temor, a justificativa é de que o BUD poderá utilizar a mesma pista que está sendo construída para o BRT, sendo a principal diferença o modelo mais moderno e tecnológico, que mantém semelhança estética com o ônibus rápido.
No Paraná, o BUD será testado na linha Pinhais-Piraquara, na Região Metropolitana de Curitiba. O veículo combina características do VLT e do BRT, mas é guiado por indução magnética no asfalto, sem necessidade de trilhos físicos, reduzindo custos de implantação. Com sistema de transporte público elétrico com pneus, seguem por um “trilho virtual”, via marcadores e sensores no asfalto.
O sistema, fabricado pela chinesa CRRC Nanjing Puzhen, tem capacidade para transportar até 280 passageiros por vez, em 10 quilômetros de extensão, com velocidade máxima de 70 km/h e operação bidirecional.
Além disso, o BUD é 100% elétrico, movido por baterias de íons de lítio de 600 kWh, recarregáveis em 12 minutos, com autonomia de até 40 km. O veículo conta com rastreamento automático, sensores, radares e vídeo, garantindo segurança mesmo em vias compartilhadas com outros veículos. A vida útil estimada é de até 30 anos, 3 vezes maior que os atuais ônibus.
Entre os benefícios estão o menor impacto no asfalto devido ao baixo peso por eixo, a redução de custos com manutenção e combustíveis e a possibilidade de expansão da composição, podendo transportar até 360 passageiros. O modelo já opera em cidades da China e do México e está em processo de implantação na Austrália, servindo como referência para o projeto paranaense.
Tarifa e custos de implantação
De acordo com estudos iniciais, a tarifa do BRT deve ser de R$ 4,95. Já o mesmo modal em operação em Curitiba prevê uma passagem de R$ 5,50. Atualmente, passageiros que utilizam rotas intermunicipais, como as que ligam Cuiabá e Várzea Grande, pagam R$ 5,95.
No Paraná, os investimentos para a instalação do Bonde Urbano Digital (BUD) são de cerca de R$ 6 milhões. A rota terá início no Terminal de Pinhais, passando pela avenida Ayrton Senna da Silva e pela Rodovia Deputado João Leopoldo Jacomel, até o Terminal São Roque, em Piraquara, um trajeto direto de aproximadamente 10 quilômetros.
Em Cuiabá e Várzea Grande, o BRT foi anunciado em dezembro de 2020 como substituto do VLT, com orçamento inicial de R$ 468 milhões. Segundo o governo, o projeto prevê a construção de 46 estações, um terminal na região do Coxipó, outro no CPA, e a reconstrução do Terminal André Maggi, em Várzea Grande.
Reação política
A possibilidade de substituir o BRT pelo BUD causou reações divergentes no cenário político local. Prefeitos de Cuiabá e Várzea Grande demonstraram empolgação, enquanto o presidente da Assembleia Legislativa (ALMT), Max Russi (PSB), se mostrou cauteloso.
“Discutir troca de modal a essa altura é bem complicado. Quantos por cento do que já foi investido poderá ser aproveitado? A mudança traria mais rapidez e economia considerando o que já foi gasto? Eu não sei, pois esse assunto ainda não chegou à Assembleia”, afirmou Russi.
O parlamentar também destacou o desgaste da população com a obra do BRT. “Independente do modal, o governo precisa concentrar esforços para concluir essa obra interminável”, disse.
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