CORRUPÇÃO ESCANCARADA 14.09.2025 | 07h55
pablo@gazetadigital.com.br
Polícia Federal
Há exatamente 8 anos, Mato Grosso amanhecia com talvez a última grande operação policial que gerou os maiores abalos à política do Estado, com efeitos que reverberam até hoje. Tratava-se da "Operação Malebolge", a 12ª fase da Operação Ararath, que desarticulou um grande esquema de crimes financeiros para financiar campanhas eleitorais via caixa 2 e enriquecimento ilícito de políticos, empresários e agentes públicos.
Naquele dia 14 de setembro de 2017, em meio ao clima político brasileiro, que teve suas vísceras expostas desde 2014 com a Operação Lava Jato, que na época ainda tinha o apoio popular e as irregularidades e abusos dos seus coordenadores estavam escondidos do público, uma quinta-feira, 270 policiais federais e membros do Ministério Público Federal (MPF) "visitavam" 64 endereços, entre eles o Tribunal de Contas do Estado (TCE), onde 5 conselheiros foram afastados sob acusação de recebimento de propina. Os gabinetes de Assembleia Legislativa (ALMT) também estavam entre os destinos dos agentes.
Após ficarem mais de 2 anos afastados, aos poucos os 5 conselheiros alvos conseguiram retornar. Aliás, o nome da operação já dizia que o principal alvo seria os conselheiros do TCE. Isso porque "Malebolge" é o oitavo círculo do inferno, conforme a obra "O Inferno de Dante", do escritor e poeta italiano Dante Alighieri. Lá ficam os maus conselheiros e fraudadores, segundo a obra.
Oito anos depois, o inquérito envolvendo os conselheiros foram arquivados por falta de provas pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ), no ano passado.
Imóveis ligados ao então ministro da Agricultura Blairo Maggi (PP) também eram alvos da operação. Na Assembleia Legislativa, gabinetes de vários deputados estaduais foram revistados. Casas de ex-deputados e do prefeito de Cuiabá, Emanuel Pinheiro (MDB), também foram alvos de busca e apreensão. Blairo Maggi conseguiu trancar e arquivar todas as denúncias contra ele por falta de provas e materialidade.
A operação foi deflagrada 40 dias após a homologação da delação premiada do ex-governador Silval Barbosa. Ela foi a responsável por expor os vídeos dos deputados recebendo dinheiro que seria "mensalinho" para aprovarem os projetos e contas do governo.
Nesta delação aparece o emblemático vídeo de Emanuel Pinheiro enchendo os bolsos do paletó de dinheiro, inclusive deixando cair alguns maços. Depois desta operação, muitos políticos abandonaram a vida pública por conta dos desgastes de imagem que sofreram. O prefeito Emanuel Pinheiro se tornou réu na Justiça Federal diante da delação do ex-governador. Porém, conseguiu anular o vídeo como prova e seu inquérito segue trancado pela Justiça Federal.
Todos os envolvidos e citados por Silval Barbosa negam as acusações.
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