Presidente do PL sonda Ranalli ao Senado; 'realmente defende valores'

O presidente nacional do PL Valdemar da Costa Neto demonstra interesse no nome do vereador por Cuiabá, Rafael Ranalli (PL), para disputar uma das duas vagas ao Senado nas eleições de 2026, compondo com o deputado federal da sigla, José Medeiros, uma chapa pura. A mudança de planos vem dias após o desentendimento público com troca de farpas e palavrões entre o governador Mauro Mendes (União), anteriormente cotado para a dobradinha, com o deputado federal Eduardo Bolsonaro, filho do ex-presidente Jair Bolsonaro.

A informação foi divulgada pelo presidente estadual da sigla em Mato Grosso, Ananias Filho, que recebeu Ranalli em seu gabinete na tarde desta terça-feira (11). Na ocasião, o vereador entregou ofício se colocando à disposição do partido para a vaga. 

"Recebi ligação do presidente Valdemar. O Ranalli se colocou à disposição e eu falei para ele que é uma pessoa que tem boa índole, respeitadora e tem todos os atributos de um bom candidato. Então, o Valdemar ficou feliz porque é mais um soldado, mais um guerreiro e enfrenta qualquer coisa pela direita, pelo Bolsonaro, pelo Brasil. Eu tenho muita tranquilidade com o Ranalli, ele está pronto e preparado, um soldado bem preparado a gente conta com ele em qualquer momento, eu sei que aqui tenho um guerreiro e a gente cuida com carinho", declarou Ananias. 

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Ananias rasgou elogios a Ranalli e citou que ele defende realmente os valores do PL como "pátria, família e liberdade" e faz o "dever de casa" como parlamentar municipal, tendo em sua veia a defesa do partido. "Estou à disposição, seja vaga a deputado federal, a senatória, podem contar comigo", complementou o vereador em um vídeo publicado em sua rede social.

Em trecho do documento entregue a Ananias, Ranalli cita que "é preciso separar o joio do trigo" e entende que precisa refletido internamento o projeto encampado pelo "nosso Líder para 2026". "Devemos nos posicionar contra visões incoerentes, desrespeitosas, e combativas às nossas lutas, especialmente de parte daqueles que, até pouco tempo, se diziam alinhados às nossas defesas. Não é possível irmos para a guerra com um soldado, que, ao mesmo tempo que busca apoio da base bolsonarista, ataca um de seus principais generais", cita. 

Ranalli é um dos parlamentares que defende uma composição de até dois membros do PL para disputar as vagas ao Senado, sem aliança com outro partido, crendo no potencial da sigla em eleger dois candidatos do mesmo grupo, já que Mato Grosso é o segundo estado mais "bolsonarista" do país, depois de Santa Catarina.

A oportunidade surge após as tensões recentes com ofensas mútuas via imprensa e rede social, onde o governador Mauro Mendes (União) disse que Eduardo teria enlouquecido e falava "bobagem, abobrinha, merda lá nos Estados Unidos", sendo rebatido por Eduardo, que por sua vez o chamou de “político de bosta e frouxo”, os planos de composição entre União Brasil e Partido Liberal visando as eleições do ano que vem tem estremecido e revelado um racha na direita.

Aliados de um lado e de outro tem saído em defesa ora de Mauro, ora de Eduardo e rechaçando o desentendimento. Deputado estadual Júlio Campos classificou a situação como "lamentável" e avaliou que o imbróglio interno do PL ultrapassou os limites da sigla, atingindo o governador e presidente estadual do União Brasil. Já o deputado estadual Faissal Calil, que tem intenções de se filiar do PL, declarou que o governador nunca foi de direita e que a situação serviu para "separar o joio do trigo".