Vereador diz que Mauro faz ‘caça as bruxas’ com PAD sobre denúncia de ‘mulher da SES’

Vereador no lugar de Maysa Leão (Republicanos), que se licenciou por 31 dias, Eleus Amorim (Cidadania) criticou a postura do governador Mauro Mendes (União) com relação às denúncias sobre um suposto cartel de empresas que era orientado por uma “mulher da SES” para fraudar contratos da Saúde do Estado. Ele manifestou seu apoio ao Grupo Gazeta, que fez expôs a apuração, e classificou como “caça às bruxas” a instauração de Processo Administrativo Disciplinar (PAD) para apurar quem vazou informações à imprensa.

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Troca de mensagens interceptadas pela Delegacia Especializada de Combate à Corrupção (Deccor) entre empresários na Operação Espelho, que apura um suposto cartel para fraudar contratos da Saúde do Estado, aponta que uma "mulher da SES" orientava o grupo para vencer as licitações.  

A investigação foi divulgada pelo Grupo Gazeta na semana passada. Ao ser perguntado sobre o escândalo, no domingo (30), o governador Mauro Mendes questionou a veracidade das reportagens.  

“Perguntei nas áreas internas do governo se tinha uma coisa prática com relação aquilo e disseram que não. Eu não posso me movimentar porque saiu na Gazeta ou saiu no site, ou saiu em algum lugar. Eu me movimento oficialmente. Vi aquilo, perguntei aos canais oficiais do governo. Tem alguma coisa concreta? Não, não tem. Então pra mim aquilo é conversa que eu não posso ficar levando em consideração”, disse.  

Ele ainda afirmou que a denúncia teria sido feita pela própria Secretaria de Estado de Saúde e que “isso a Gazeta devia mostrar também”.  

Durante sessão da Câmara Municipal de Cuiabá, nesta terça-feira (2), o vereador Eleus criticou a postura de Mauro.  

“Eu tenho sempre acompanhado muito bem e prestado atenção em todas as apurações. Eu acho benéfico para a sociedade que tudo aquilo que foi denunciado, que seja apurado. Quero declarar meu espanto pelo governador do Estado do Mato Grosso, que fez uma declaração pública onde ele, questionado por um jornalista sobre o escândalo que houve agora de uma investigação no Hospital Metropolitano de Várzea Grande, teve uma reação que eu acho que não foi muito nobre com os jornalistas, o Pablo Rodrigo e Luis Vinicius”.  

O parlamentar disse que posturas assim devem ser recriminadas e defendeu que da mesma forma que se investigam as irregularidades na administração de Cuiabá, o mesmo deve ser feito com o Estado.  

“A minha colocação é clara, é o meu momento de apoio a estes repórteres que fizeram seu trabalho de denunciar, porque afinal de contas esta é uma apuração que começou anônima pela Deccor, não é que ela foi elaborada porque teve uma informação direta do Grupo Gazeta”.  

Ao final de sua fala Eleus ainda classificou como “caça às bruxas” a instauração de PAD para apurar quem vazou as informações à imprensa.  

“E o outro erro imediato dele, que me assusta, foi de determinar um PAD para poder apurar de onde partiu, a fonte, quem está passando informações para a imprensa. Pelo amor de Deus, isso é um erro, uma caça às bruxas que eu acho que ele tem que rever esse posicionamento. Tudo aquilo que falar, que tiver erro, que seja investigado, seja no Município, seja no Estado e que fique às claras”.