Publicidade

Cuiabá, Terça-feira 16/09/2025

Política Nacional - A | + A

projeções apocalípticas de muitos economistas 08.10.2022 | 01h30

‘A raiva contra Bolsonaro afetou previsões econômicas’, diz Mendonça de Barros

Facebook Print google plus

Reprodução/Instagram

Reprodução/Instagram

O economista Luiz Carlos Mendonça de Barros é um crítico duro do catastrofismo que contagia boa parte de seus pares no País. s vésperas de completar 80 anos, em novembro, ele dedica hoje boa parte de seu tempo à leitura e à realização de postagens no Twitter, nas quais contesta, com base nos principais indicadores econômicos, as previsões que permeiam a narrativa dominante no mercado. Nesta entrevista ao Estadão, ele diz que a ‘raiva’ contra o presidente Jair Bolsonaro contaminou as projeções apocalípticas de muitos economistas, desmentidas, uma a uma, pela realidade.

 

Como o sr. analisa a reação dos investidores ao resultado do 1.º turno das eleições, com a queda do dólar e a alta da Bolsa?

Quando você tem um evento que é ‘bola ou búlica’, se o Lula vai ganhar ou não no 1.º turno, sempre acontece uma esticada grande depois, porque tem gente que apostou num lado e gente que apostou no outro. Há um ajuste de contas entre ‘comprados’ e ‘vendidos’. Quem apostou no lado errado, de que o Lula levaria no 1.º turno, tem de sair comprando. Só agora, quando a poeira baixar, é que nós vamos ver o que vai acontecer de fato.

 

Qual era o receio do mercado com uma eventual vitória do Lula no 1.º turno?

 

Na visão do mercado e na minha, também, havia o risco de que uma vitória do Lula no 1.º turno representasse uma espécie de salvo-conduto para ele gastar, estourar o Orçamento. Agora, se o Lula ganhar, ele não poderá fazer o que quiser, porque não terá maioria no Congresso. A esquerda vai ter 150 deputados, e a direita, troglodita ou não, quase 300. No Senado, o quadro será semelhante. Mas, para ganhar, ele vai ter de nomear um ministro da Fazenda muito bom e não essas porcariadas de que estão falando por aí. Acredito que o Lula vai fazer isso, embora na campanha haja uma ala da ultraesquerda que fica enchendo o saco dele.

 

Em sua avaliação, se isso se confirmar, como o mercado deverá reagir em caso de vitória do Lula no 2.º turno?

 

O mercado vai se fortalecer e começar a subir devagar. Se o Lula colocar um cara mais conservador na economia e ganhar a eleição, acho que o País vai continuar crescendo. A inflação está caindo, e daqui a pouco o pessoal do mercado vai rever a estimativa de crescimento de 2023. Hoje, estão projetando 0,5%, mas, nesse cenário, o Brasil deverá ter resultado semelhante ao deste ano e crescer de 2,5% a 3%.

 

Não houve também uma percepção de que, com uma eventual vitória de Bolsonaro no 2.º turno e a permanência do ministro Paulo Guedes, o risco de um ‘cavalo de pau’ na economia é menor?

 

Não tem dúvida. Com o Bolsonaro, o risco fiscal fica menor. Embora ele não seja nenhum santo em termos de política fiscal, o Paulo Guedes tem credibilidade. Então, se o Bolsonaro ganhar, você vai ter uma especulação de que o crescimento vai ser muito maior. Não sei se isso vai acontecer, porque ainda temos restrições pela frente. De qualquer forma, o crescimento normal do Brasil, sem inventar muito, deverá ficar de 2,5% a 3% ao ano, nos próximos dois ou três anos.

 

Nos últimos meses, o sr. tem apontado os erros dos economistas nas previsões para os principais indicadores: crescimento, inflação, contas públicas. Por que os economistas erraram tanto?

 

Toda a revolta pelo jeito de ser do Bolsonaro acabou permeando esse quadro. Quando você é analista de economia, não pode agir com o fígado e não olhar o que está acontecendo. A política tem de ser neutra. Na minha família, sou considerado bolsonarista, porque digo que a economia está crescendo e a inflação, caindo.

 

Em suas postagens no Twitter, o sr. diz que houve ‘vexame’ dos economistas...

 

Foi um vexame mesmo. Eles erraram demais. Estavam esperando o fim do mundo. Como existe esse mal-estar com o Bolsonaro, pelo jeito dele, pelo que ele representa, era mais ou menos regra geral que as coisas não poderiam dar certo.

Mas, apesar dos problemas, do orçamento secreto, que é ‘dinheiro de pinga’ perto do PIB, o Brasil está indo em frente.

 

Voltar Imprimir

Publicidade

Comentários

Enquete

O ano de 2000, além da virada do milênio, marcou a votação totalmente eletrônica no Brasil, contudo ainda há quem queira a volta da cédula impressa. Você prefere qual?

Parcial

Publicidade

Edição digital

Terça-feira, 16/09/2025

imagem
imagem
imagem
imagem
imagem
imagem
btn-4

Indicadores

Milho Disponível R$ 66,90 0,75%

Algodão R$ 164,95 1,41%

Boi à vista R$ 285,25 0,14%

Soja Disponível R$ 153,20 1,06%

Publicidade

Classi fácil
btn-loja-virtual

Publicidade

Mais lidas

O Grupo Gazeta reúne veículos de comunicação em Mato Grosso. Foi fundado em 1990 com o lançamento de A Gazeta, jornal de maior circulação e influência no Estado. Integram o Grupo as emissoras Gazeta FM, FM Alta Floresta, FM Barra do Garças, FM Poxoréu, Cultura FM, Vila Real FM, TV Vila Real 10.1, TV Pantanal 22.1, o Instituto de Pesquisa Gazeta Dados e o Portal Gazeta Digital.

Copyright© 2022 - Gazeta Digital - Todos os direitos reservados Logo Trinix Internet

É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem a devida citação da fonte.