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24.09.2025 | 15h08

Ciência chegando mais longe; aos jovens de MT que mais precisam

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Lisanil da Conceição

Divulgação

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A negação da ciência é um risco que atravessa o nosso tempo. Ideias medievais, sem qualquer base de conhecimento, têm sido propaladas irresponsavelmente, fragilizando políticas públicas, atrasando descobertas e comprometendo vidas. Um verdadeiro ataque ao saber. No entanto, a ciência é e sempre foi chama que ilumina ignorâncias e faz o mundo girar.

 

É preciso ainda dizer que, quando a gente se refere à ciência, isso vai muito mais além das tradicionais pesquisas em laboratórios, dos jalecos brancos. Está no cotidiano, na forma como pensamos soluções para problemas reais, como organizamos saberes tradicionais e como usamos o conhecimento para transformar a vida em comunidade.

 

Foi pensando neste contexto que o governo federal lançou em 2024 o programa Mais Ciência na Escola. A proposta vem para valorizar a busca pelo saber, desde cedo, e oferecer autonomia a jovens estudantes, para que compreendam que cada um deles é um cientista em potencial, um ser capaz de interpretar sua própria realidade, do lugar em que vive para o mundo.

 

Em janeiro deste ano, recebemos com entusiasmo a notícia da aprovação do LabMaker voltado para os povos tradicionais, quilombolas e indígenas, neste programa de iniciativa do Governo Lula, desenvolvido pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação e pelo Ministério da Educação.

 

O Mais Ciência na Escola em Mato Grosso teria um viés decolonial, ou seja, partiria não lá de cima, mas de saberes populares, das realidades locais e sua complexidade, envolvendo jovens estudantes historicamente negligenciados.

 

A Unemat foi a instituição proponente e obtivemos o aval da Seduc-MT, para seguir adiante, com recursos do CNPq.

Hoje, já implantamos os 15 LabMakers, em diversos territórios do Estado de Mato Grosso e alguns deles em lugares de difícil acesso.

 

Muitas vezes, para chegar até lá, é preciso ir de barco pelo rio, ou por estrada de difícil acesso. O esforço é grande; a compensação é maior, quando vemos que os bolsistas dessas áreas estão se integrando e desenvolvendo experiências científicas.

 

Nesses laboratórios, há tecnologia inovadora, impressoras 3D, notebooks, laptops, televisores e materiais diversos, que permitem vivenciar a ciência de forma prática, com a mão na massa.

 

É importante ver a ciência acontecendo na prática, onde muitos ainda desacreditam: estudantes aprendendo a produzir sabão para uso e comércio; organizando jornal para relatar as próprias histórias; entrevistando anciãos para registrar e valorizar o saber ancestral; fazendo o currículo e a própria biografia, para se reconhecer.

 

São muitas as iniciativas que nos encantam e nos emocionam.

 

A interiorização da ciência em Mato Grosso, proporcionada por esse projeto, abre caminhos. Esses jovens, amanhã, estarão fazendo história: entrando em universidades públicas, cursando mestrados e doutorados, ocupando espaços no mercado de trabalho, conscientes da missão cidadã que aprenderam passo a passo, acreditando em seu potencial.

 

Que nunca mais sejamos inconsequentes a ponto de negar a ciência. Que ela siga iluminando trajetórias, apontando saídas e inspirando sonhos. Pois é na utopia que a ciência encontra sua força de ir sempre mais além.

 

Que essa juventude de Mato Grosso aproveite esta experiência para estruturar uma escada firme, por onde possa ascender, deixando o caminho livre para gerações vindouras.

 

Lisanil da Conceição Patrocínio Pereira é Bolsista Produtividade do CNPq e professora da Unemat, idealizadora e coordenadora deste projeto Mais Ciência na Escola em Escolas de Povos Tradicionais, Quilombolas, Indígenas em Mato Grosso

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