Tecnologia e sensibilidade; a receita para a longevidade das marcas

A maneira como as marcas se relacionam com seus consumidores vive uma transformação profunda, impulsionada pelos avanços tecnológicos do século XXI. Essas mudanças afetam não apenas as relações sociais, mas também a forma como as pessoas constroem suas opiniões, interpretam o mundo e definem suas próprias necessidades. Ao alterar comportamentos, a tecnologia acaba influenciando diretamente o que, quando e como consumimos.

Desde o primeiro contato com um produto até a construção de uma relação de fidelidade com a marca, a tecnologia passou a influenciar cada etapa dessa jornada de consumo cada vez mais digital. Modificou hábitos, expectativas e os canais de comunicação disponíveis. As redes sociais, por exemplo, surgidas há coisa de duas décadas, aproximaram consumidores e marcas de forma nunca antes vista.

Outro ponto de inflexão foi o dinheiro. Com novas formas de pagamento, como o Pix, as transações tornaram-se mais rápidas e seguras, o que ajudou a popularizar esse sistema em tempo recorde. O mesmo ocorreu com ferramentas como o WhatsApp, que permitem uma comunicação direta e imediata. Soma-se a isso o crescimento de assistentes virtuais, como a Alexa, e sistemas de inteligência artificial, como o ChatGPT, que oferecem orientação sob demanda, 24 horas por dia.

Há não muito tempo, bastava um anúncio na TV ou no rádio para que uma empresa ganhasse notoriedade. Hoje, as marcas ampliam sua visibilidade por meio de estratégias digitais que vão além da publicidade. Parcerias com influenciadores e a produção de conteúdo, indo de posts a podcasts, de artigos a vídeos, tornaram-se caminhos centrais para atrair atenção. Quanto mais relevante o conteúdo, maiores as chances de ser recomendado por ferramentas de IA, como o ChatGPT, Copilot ou DeepSeek, ao consumidor certo, na hora certa.

Essas ações posicionam a marca no radar do público de forma mais fluida. Mas a atenção conquistada é apenas o início. O passo seguinte é manter o interesse. Empresas recorrem a boletins informativos, seminários virtuais, conteúdos educativos e materiais exclusivos, distribuídos por diversos canais. O consumidor passa, então, a acompanhar a marca com regularidade.
Quando o interesse está firme, é hora de aprofundar o entendimento sobre o produto ou serviço. Em vez de adotar abordagens de venda agressiva, muitas empresas optam por demonstrações, exemplos práticos ou testes gratuitos, permitindo que o cliente decida com segurança.

Se nos bastidores tudo é complexo, na hora da compra tudo deve ser simples. Agilidade, clareza nas ofertas, respostas rápidas e atendimento humano fazem a diferença. Mais uma vez, é a tecnologia que viabiliza essa fluidez.

E mesmo depois da venda, a jornada continua. Manter o vínculo com o cliente é fundamental. Programas de fidelidade, ações de indicação e atendimento personalizado ajudam a construir relações de longo prazo. Ferramentas digitais permitem esse cuidado constante, com mensagens, promoções exclusivas e comunicações relevantes, fazendo o cliente se sentir valorizado.

Ao transformar esse relacionamento em um ciclo contínuo de escuta, atenção e entrega de valor, as marcas que souberem equilibrar tecnologia com sensibilidade se posicionam para garantir sua relevância e longevidade. Sustentar um negócio, hoje, não depende apenas de inovação, mas da capacidade de criar vínculos duradouros em mercados em permanente transformação.

Suzane Veloso é VP de Marketing da Falconi