Advogada impugna amiga, cita regras e diz; 'não ganhar no tapetão'

A quebra de monotonia dos procedimentos regimentais da sessão de escolha da Lista Sêxtupla pelo Quinto Constitucional da advocacia para vaga ao Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT) ficou por conta das sustentações da advogada Daniela Marques Echeverria. Ela tentou impugnar candidaturas de 3 das concorrentes e declarou durante análise dos recursos que suas impugnações não eram uma forma de “ganhar no tapetão”. "Regras não devem ser flexibilizadas".

A advogada defendeu análise estrita ao texto das normas, reconhecendo ainda que uma das possíveis impugnadas era uma amiga pessoal sua, declarando inclusive esperar que a amizade continuasse, mesmo após o fato. Criticou os votos dos relatores, mas permaneceu firme em suas avaliações. 

“Norma não nasceu para ser flexibilizada, não podemos fazer o que fazem, infelizmente, em nosso país, que é rasgar a constituição. Norma tem que ser cumprida, doa a quem doer. Eu respeito todas as candidaturas impugnadas. Impugnei uma amiga que espero que continue sendo amiga mesmo depois desta data, porque se estou me colocando à disposição para ser desembargadora do TJMT eu tenho que fazer de forma correta, usar a mesma régua para todos e todas”, disse em um dos momentos do discurso.

Professora de direito, Daniela ainda declarou que leu todos os processos referentes às candidatas mulheres e que só não fez o mesmo com os dos homens por falta de tempo hábil, citando inclusive que alguns dos processos que analisou continham de 800 a 3 mil páginas.

“As impugnações protocoladas não são uma forma de ganhar no ‘tapetão’. Isso ofende minha honra e meu trabalho de quase 30 anos na advocacia e 3 gestões que servi essa Casa. Não admito que minha honra seja ofendida. As impugnações estão previstas. Deixo registrada minha indignação. Estou preparada para exercer a função de desembargadora do TJMT. Mas em momento algum vou ofender advogados”, posicionou.