09.08.2017 | 20h02
O ex-secretário da Casa Civil, Paulo Taques, reclamou que teve seu celular apreendido de forma ilegal no momento em que era preso por suposta participação no esquema de grampos ilegais operado no âmbito da Polícia Militar. A reclamação foi feita durante audiência de custódia no último dia 4. Veja o vídeo abaixo.
Paulo Taques está preso no Centro de Custódia de Cuiabá, por determinação do desembargador do Tribunal de Justiça de Mato Grosso, Orlando Perri, que entendeu que o ex-secretário teria ordenado a execução dos grampos ilegais ocorridos na modalidade “barriga de aluguel”.
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Otmar de Oliveira![]() Em vídeo, ex-secretário em MT reclama de apreensão de celular |
Durante a audiência de custodia, o juiz da 11ª Vara Criminal de Cuiabá, Bruno D'Oliveira Marques, questionou se Paulo Taques teve seus direitos individuais respeitados durante o ato de prisão, como acesso ao seu advogado ou ao familiar.
Em resposta, ele reclamou da apreensão do aparelho celular, o que não deveria ocorrer, segundo ele, já que o pedido de prisão não determinava a apreensão de bens pessoais, o que configurou uma extensão dos efeitos da decisão do desembargador Perri.
“O delegado me encontrou em casa, não me impediu de fazer nenhum contato com os advogados. A única violação, mas não individual, é que ele apreendeu meu celular e, na ordem que eu vi, não havia nenhuma decisão neste sentido. Mas ele apreendeu e ficou sob sua custódia”, disse.
Por isso, a defesa de Taques requereu formalmente a devolução do celular, visto que a apreensão ocorreu através de “abuso de autoridade”. Além disso, a defesa afirmou que no celular há vários conversas de Taques com clientes considerados confidenciais e que o aparelho é utilizado como objeto de trabalho e essencial para suas atividades.
A defesa requereu ainda o arquivamento imediato do inquérito que investiga o esquema de grampos ilegais "por não haver provas periciais", bem como solicitou o relaxamento da prisão.
O juiz Bruno D'Oliveira Marques, no entanto, afirmou que não poderia autorizar a devolução do aparelho porque não chegou até ele nenhum auto de apreensão, bem como negou os dois outros requerimentos da defesa.
Com isso, Paulo Taques foi encaminhado ao Centro de Custódia de Cuiabá, onde divide a cela com o ex-vereador de Cuiabá, João Emanuel. A sua defesa, no entanto, já protocolou pedido de habeas corpus junto ao Supremo Tribunal de Justiça (STJ), na tentativa de colocá-lo em liberdade.
Grampos ilegais - Paulo Taques é acusado de ter participado dos grampos ilegais e de ter utilizado de sua influência para interferir diretamente na apuração dos fatos. Teriam sido vítimas centenas de pessoas, entre políticos, médicos, empresários, jornalistas, um desembargador aposentado, além da suposta ex-amante de Paulo Taques, Tatiane Sangalli Padilha, cujo nome teria sido inserido nas escutas por exigência do próprio ex-secretário.
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O caso só veio à tona através da denúncia do promotor de Justiça e ex-secretário de Segurança Pública, Mauro Zaque. A suspeita é de que as escutas tenham ocorrido desde as eleições em 2014 e “formalizada” através da “Operação Forti”, utilizada como pano de fundo para a inclusão ilegal de números na interceptação telefônica.
Veja o vídeo da audiência de custódia
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