deu em a gazeta 22.03.2024 | 06h53
redacao@gazetadigital.com.br
João Vieira
“Ele estava nos meus braços, mamando a mamadeira, quando eles entraram e tiraram ele de mim”. É assim que a avó Luzinete Pedrosa Pereira, 45, descreve o momento em que o recém-nascido, Kauã, foi levado pelo Conselho Tutelar, na manhã da última segunda-feira (18), de sua casa no bairro Altos da Serra, em Cuiabá. Luzinete é mãe de Keila Pereira da Silva, 23, que deu a luz no dia 19 de fevereiro em um hospital público.
A jovem, que é depressiva e usuária de drogas, fugiu da maternidade com o menino três dias depois do nascimento. Luzinete não sabe explicar o motivo da filha ter deixado a unidade de saúde. “Eu estava com os dois no hospital, desde que ela deu a luz, daí ela disse que ia com ele fazer um documento na recepção, mas não apareceu mais, fugiu. O hospital chamou o Conselho Tutelar, mas não encontraram eles”.
Uma semana depois do sumiço, Keila foi até a casa de Luzinete e deu a criança para que ela cuidasse. “Ela ficou por uns dois dias e sumiu novamente”. A avó afirma que não sabe o por que de a criança ter sido tirada de seu lar. Segundo ela, o menino não estava em risco, não estava em ambiente insalubre e nem mal cuidado, e os conselheiros não teriam explicado nada, apenas pegaram a criança de seus braços e afirmado que deveria procurar um advogado.
“Eu entrei em desespero, comecei a chorar e questionar, mas eles não disseram nada, nem para onde ele seria levado, nem como eu poderia ter notícias dele”. Luzinete trabalha com venda de roupas em casa e o marido, Alírio Barbosa, 50, é pedreiro. Os dois garantem que querem cuidar de Kauã e que têm condições para isso.
“Somos humildes trabalhadores, mas podemos criar nosso neto, cuidar dele, somos a família dele”. O pai do menino morreu quando Keila estava grávida de 6 meses. Desde então, o quadro de depressão que a jovem já tinha foi agravado e ela só falava em acabar com a própria vida, momento em que a mãe a levou para morar com ela. “Em casa eu cuidava dela, dos dois e estavam bem. Ela tem esses problemas, mas eu nunca a abandonei e não vou abandonar meu neto”
Bebê ainda não foi registrado
De acordo com Luzinete, a filha é usuária desde os 14 anos, mas ficou depressiva e se afundou no mundo das drogas após perder a guarda da filha mais velha, que hoje está com 7 anos. Luzinete, que também ajudava com os cuidados, conta que a criança tinha 5 anos quando o pai ganhou a guarda e, desde então, ela e a filha nunca mais conseguiram vê-la. Durante os meses em que Keila esteve sob os cuidados da mãe, ela garante que a jovem não estava usando drogas.
“Eu não deixava por causa do bebê”. Ela acredita que a depressão seja o que mais pesou para o sumiço da filha e tem medo de perdê-la também. A avó está desesperado, pois a criança, de apenas 1 mês, ainda não tem registro. Alírio, marido de Luzinete, afirma que a família está aflita e que eles não têm nem conseguido dormir direito. “É só choro, toda hora que lembramos, que vemos as coisinhas dele”.
Confira reportagem completa na edição do Jornal A Gazeta
Publicidade
Publicidade
Milho Disponível
R$ 66,90
0,75%
Algodão
R$ 164,95
1,41%
Boi à vista
R$ 285,25
0,14%
Soja Disponível
R$ 153,20
1,06%
Publicidade
Publicidade
O Grupo Gazeta reúne veículos de comunicação em Mato Grosso. Foi fundado em 1990 com o lançamento de A Gazeta, jornal de maior circulação e influência no Estado. Integram o Grupo as emissoras Gazeta FM, FM Alta Floresta, FM Barra do Garças, FM Poxoréu, Cultura FM, Vila Real FM, TV Vila Real 10.1, TV Pantanal 22.1, o Instituto de Pesquisa Gazeta Dados e o Portal Gazeta Digital.
É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem a devida citação da fonte.