Especialistas nacionais 25.11.2025 | 14h07

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O IV Congresso da Sociedade de Neurocirurgia de Mato Grosso (SNMT) realizado em Cuiabá, no último final de semana (21 e 22/11), reuniu neurocirurgiões, neurologistas, residentes, acadêmicos e outros profissionais da saúde para atualização científica e troca de experiências.
O presidente do Congresso e da SNMT, o neurocirurgião Giovani Mendes, destacou a importância do encontro para o desenvolvimento técnico dos participantes. “O objetivo desse evento é trocar experiências e trazer conhecimento a todos os participantes. A neurocirurgia de Mato Grosso evoluiu de forma expressiva nas últimas décadas e hoje nós exercemos aqui uma neurocirurgia de ponta, com tecnologia e conhecimento técnico, onde conseguimos resolver todos os casos, de qualquer complexidade”, salientou.
O professor Dr. titular de Neurocirurgia da Unifesp, Sérgio Cavalheiro, referência nacional na área e um dos palestrantes, ressaltou os avanços tecnológicos que estão transformando a especialidade. “Na neurocirurgia, destaco o fim da neurocirurgia. Estamos partindo para fazer biópsias de tumor pelo sangue, descobrir o tipo de tumor e dar os diferentes quimioterápicos sem ter que operar o paciente”, explicou.
Ele acrescentou que a chamada neurocirurgia translacional tem impulsionado descobertas importantes. “Levamos nossas perguntas da clínica para o laboratório, fazemos as pesquisas e voltamos a aplicá-las. Isso tem gerado novos medicamentos, novas etapas para o tratamento de diferentes tumores”, completou.
Segundo Sérgio Cavalheiro, a tecnologia tem revolucionado a prática cirúrgica. “Hoje temos aparelhos que mandam som e dissolvem o tumor, monitorizações intraoperatórias, neuronavegadores. A neurocirurgia evoluiu muito nesses últimos anos, graças à tecnologia, e talvez, até, para que possamos parar de fazer neurocirurgia”, completou.
Avanços
A neurocirurgia realizada em Mato Grosso também tem se destacado no cenário nacional pela capacidade de executar procedimentos de alta complexidade, incorporando novas tecnologias e oferecendo atendimento tanto na rede privada quanto no Sistema Único de Saúde (SUS).
Entre os avanços citados estão as cirurgias intrauterinas, consideradas raras e de altíssima complexidade. Sérgio Cavalheiro lembrou que é pioneiro na cirurgia para correção da encefalocele.
“Fomos os primeiros no mundo a realizar essa cirurgia. E, em Cuiabá, através do Dr. Giovani Mendes, tivemos um caso. Conseguimos operar e a criança nasceu e passa bem”, relatou.
Ele também destacou o desenvolvimento de um equipamento que permite afastar as fibras do útero sem cortes. “Consigo operar o feto dentro do útero, sem cortar. Com isso, essas crianças não nascem mais prematuras, nascem com 37, 38 semanas, o que é algo espetacular”, celebrou Sérgio.
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O neurocirurgião e professor Dr. da Faculdade de Medicina da USP, Fernando Campos Gomes Pinto, também palestrante do evento, enfatizou o potencial brasileiro na área, embora reconheça desafios em políticas públicas e assistência.
“Falando de tecnologia, o nosso país é referência em neurocirurgia. Temos empresas que oferecem o que há de mais moderno aos pacientes com hidrocefalia. A HPbio desenvolve uma válvula programável, e a Brain4Care tem um sensor que aferre a pressão intracraniana indiretamente, sem precisar fazer buraco no crânio. Vários países utilizam esses equipamentos. Isso mostra que nossa indústria não fica para trás”, disse. “Sinto muito orgulho quando trocamos informações e oferecemos à população o que temos de melhor”, comemorou.
Para o especialista em assimetrias cranianas, Gerd Schreen, a tecnologia tem impacto direto na qualidade de vida dos bebês. “Se a gente corrige as assimetrias na fase em que eles estão crescendo muito rápido, levamos essa correção para o resto da vida”, destacou.
Academia de Medicina de Mato Grosso
O congresso também destacou a atuação da Academia de Medicina de Mato Grosso, dirigida pela médica Marisa Fratari, primeira mulher a presidir o Conselho Regional de Medicina e agora à frente da instituição.
“A Academia de Medicina é composta por 50 cadeiras e temos 50 patronos, médicos falecidos que prestaram serviços ao Estado, sendo um local de homenagem e de incentivo à Medicina”, afirmou.
A diretora da Faculdade de Medicina da UFMT, professora Dra. Eliângela de Lima, ressaltou a integração entre ensino e prática médica.
“É motivo de honra e orgulho para nós da Faculdade de Medicina da UFMT estar presente nesse importante evento, onde todos tiveram várias atualizações. Essa relação com a Academia, trazendo os discentes para um evento como esse, é muito valiosa”, disse.
Ela ainda destacou o estímulo para que os estudantes encontrem sua área de especialização. “Parabenizo o Dr. Giovani Mendes pela realização do evento. A Faculdade de Medicina da UFMT está à disposição”, concluiu.
A programação do congresso incluiu palestras, simpósios, discussões de casos clínicos e apresentação de trabalhos científicos, reunindo os mais recentes avanços tecnológicos, técnicas cirúrgicas e desafios da prática neurocirúrgica.
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