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área de conflito 24.09.2024 | 17h20

Cuiabano narra aflição e incerteza segurança de família no Líbano

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Ana Clara Abalém - Especial para o GD

redacao@gazetadigital

Arquivo pessoal

Arquivo pessoal

O jornalista cuiabano Ahmad Jarrah, 42, relata momentos de aflição por conta de familiares que moram no Líbano, em área a cerca de 20 km da região em que recebeu ataques aéreos, na segunda-feira (23). Ao , ele relatou que os parentes estão seguros no momento, mas a incerteza devido à tensão no país sob ataque de Israel angustia diariamente.  


“Extremamente apreensivo. Eu, todo dia, estou mandando mensagem, perguntando como eles estão, eles estão ansiosos, mas não querem passar essa ansiedade para a gente. E eles estão aguardando o que vai acontecer. Ninguém sabe. É imprevisível. Guerra é aquela coisa, você sabe como começa, mas não como ela termina. Então, a gente está muito preocupado, a situação está, assim, bem tensa”, contou à reportagem.

 

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O jornalista relatou que ainda consegue se comunicar diariamente com os familiares, entretanto, teme que no futuro isso possa mudar.


“Aqui e lá está todo mundo preocupado. Preocupado de como vai ser a continuidade da vida. As pessoas vão ter que sair de suas casas. Como vai ser o acesso à água, a comida, a eletricidade. Ainda temos o contato com eles, apesar de oscilar. Mas a gente tem receio também, quando eles fizeram em Gaza, de cortar a sua água, por exemplo, de cortar a sua internet, a comunicação, como em Gaza”, afirmou.

 

A mãe de Ahmad, Fatme Jarrah, nasceu no Líbano, mas chegou ao Brasil com 10 anos e o pai com 23. Os dois nasceram na mesma vila, Kefraya, localizada no Vale do Bekaa, porém se conheceram em Cuiabá, onde se casaram. Assim como família de Ahamad, o Brasil possui uma grande comunidade de libaneses. 

 

Com os ataques e insegurança no país, alguns estrangeiros solicitaram à embaixada brasileira apoio para chegar ao Brasil, mas ainda não houve medida concreta para a mudança. 

Arquivo pessoal

Ahmad Jarrad

Ahmad Jarrah e sua família no Líbano


“A tendência é eles quererem ficar porque são as terras deles, não querem perder tudo o que construíram ao longo de décadas. Tudo aquilo que a família construiu, que é o pouco que tem. Porém, tem muitos brasileiros hoje no Líbano, o Brasil é a maior comunidade libanesa fora do Líbano no mundo. Eu já ouvi relatos de brasileiros no Líbano que já estão pedindo socorro à embaixada brasileira para poder disponibilizar aviões para o resgate dessa população. Não é o caso da minha família. A situação ainda não se tencionou para chegar a essa necessidade. Também estamos tentando pressionar a embaixada brasileira a se posicionar mais fortemente sobre esse caso”, declarou.

 

O Ministério das Relações Exteriores do Brasil publicou uma nota, na sexta-feira (21), repudiando os ataques e alertando sobre a “urgência de alcançar cessar-fogo permanente e abrangente na Faixa de Gaza, como forma de evitar o alastramento das hostilidades para outras áreas do Oriente Médio”. O ministério também afirmou monitorar a situação, por meio da sede em Beirute, capital do Líbano. O órgão e disponibilizou um número para contato com o plantão consular do Itamaraty.


Ahmad esteve no Líbano em janeiro para visitar uma tia que adoeceu e observou as mudanças sofridas pelo país com o agravamento das guerras em territórios vizinhos, como na Síria.

 

“A cidade dos meus pais não tem uma ambulância. Então, a gente está falando de lugares onde não tem nenhuma estrutura diante de uma crise de guerra. Inclusive, o acesso ao sistema de saúde libanês não é 100%, não é em todo lugar e essa crise faz a gente se preocupar com a capacidade que o Líbano teria hoje de socorrer às vítimas dessa chacina, né? Dessa massacre”, argumentou.

 

“Eu gostaria, sim, de falar, que o que está acontecendo lá não é um conflito religioso, que as pessoas têm essa visão. O Líbano é um país que vive pacificamente com cristãos e muçulmano há décadas. Há milênios que eles vivem ali. E isso fica muito claro que isso se trata de um projeto colonial. De uma máquina colonial racista que está tentando ampliar o seu estado, o seu espaço de ocupação e anexar outros territórios de países vizinhos ali. As autoridades internacionais deveriam colocar um ponto final nessa história”, completou o comunicador.


O conflito
Conforme noticiado por agências internacionais, na segunda-feira (23) Israel bombardeou regiões no sul do Líbano. Os ataques continuaram nesta terça-feira (24) e autoridades libanesas contam 558 mortes, incluindo 50 crianças e 94  mulheres, e 1835 ficaram feridas. Esse foi o ataque mais sangrento cometido pelas forças militares de Israel em terras libanesas desde 2006.


Os bombardeiros tiveram início, segundo autoridades israelenses, após o grupo extremista Hezbollah atacar Israel em apoio ao Hamas, organização extremista do território palestino.


Os conflitos territoriais entre Israel e a Palestina perdura desde 1940. Entretanto, nos últimos anos, se tornou ainda mais sangrento. A Organização das Nações Unidas (ONU) estima que, desde 7 de outubro de 2023, 41 mil palestinos foram mortos por Israel, sendo crianças e mulheres boa parte das vítimas.

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