DESAFIOS E SUPERAÇÃO 10.04.2022 | 07h05
jessica@gazetadigital.com.br
No ano em que Cuiabá completa aniversário de 303, o arcebispo Dom Milton Antônio dos Santos deixou a função, se tornando bispo emérito, após 19 anos à frente da igreja católica na capital. A gestão termina superando distância da família e anos de pandemia que ceifou a vida de inúmeros fiéis.
Apesar da aposentadoria, o religioso garante que seguirá com o trabalho dedicado a Deus, semeando a palavra e trabalhando em prol da comunidade.
Em entrevista ao , o religioso conta que as quase duas décadas foram anos de semear sementes de qualidade e lembra que o período é apenas uma fração em relação aos 277 anos de existência da Arquidiocese de Cuiabá.
“Colhemos frutos dos 200 anos. O que acabamos de semear desde 2003 germinará no tempo de Deus! O empregado-semeador precisa ‘estar desapegado’ dos resultados: positivos? negativos? sempre precisamos fazer o melhor para que a qualidade supere muito mais o que houve de quantidade”, destaca.
Desses 19 anos, os dois últimos foram particularmente desafiadores e exigiram medidas inéditas. Por conta das medidas de biossegurança impostas para prevenir o contágio pelo novo coronavírus, as missas foram suspensas de forma presencial por algum tempo, o que desagradou católicos e lideranças.
As celebrações passaram a ser feitas de forma virtual e, depois, com público reduzido. O que gerou certo estranhamento e até resistência. Algumas pessoas julgavam que as celebrações religiosas deveriam ser mantidas.
O arcebispo pontua que o quadro de contaminação que atingiu todo o mundo foi uma grande e desafiadora surpresa, que exigiu aprendizado rápido.
“Mesmo com riscos não fáceis de serem calculados, tivemos que assumir medidas para a saúde. A covid-19 e variantes foram inimigos ‘invisíveis aos nossos olhos’. Sabíamos que enfrentaríamos possíveis reações contrárias, também de lideranças, mas não é possível um ‘maestro’ contentar todos os músicos de uma orquestra”, explicou.
No ano passado, Dom Milton completou 75 anos com plena saúde e carisma. Como é regra da Igreja Católica, encaminhou ao Vaticano sua carta com pedido de aposentadoria. Em fevereiro, o papa Francisco aceitou a renúncia e anunciou Dom Mário Antônio da Silva como sucessor.
Afastado as funções, Dom Milton se torna arcebispo emérito e pontua que deve seguir em Cuiabá, onde mantém raízes há tantos anos.
“Não terei a responsabilidade de uma arquidiocese, mas continuo trabalhando com alegria na nossa aldeia global. O mundo todo precisa estar em nossa vida”, explicou.
Nesses 47 anos dedicados à batina, Dom Milton cita como um dos principais desafios a distância dos familiares. Natural de São Paulo, ele relata que nunca atuou em uma paróquia de sua cidade e proximidades.
Apesar disso, é citado pela mãe como o mais próximo dos filhos.
“Nunca a obediência me colocou para estar como padre na cidade onde mora minha família. Mamãe tantas vezes me disse: ‘você é o filho que está mais juntinho de mim e de seu pai, porque você vive juntinho de Deus, é padre”, lembrou.
Dom Milton Antônio dos Santos é o quinto arcebispo de Cuiabá. Ordenou-se padre em 22 de dezembro de 1974. Após longa trajetória na direção de instituições religiosas, ele se mudou para Mato Grosso.
Em 2003, dom Milton foi nomeado arcebispo coadjutor da arquidiocese de Cuiabá e, em 2004, sucedeu Dom Bonifácio como arcebispo. Com a morte de Dom Franco Dalla Valle, bispo da diocese de Juína, foi nomeado administrador apostólico daquela diocese, entre o período de 2 de agosto de 2007 a 12 de novembro de 2008.
É autor dos livros: “Coragem de rezar”, “Perdão sem limites”, “Rezar a vida”, “Um Espiritualidade do novo milênio”, todos publicados pela Editora Salesiana. Ele foi o último arcebispo a receber das mãos do então Pontífice João Paulo II o Pálio Sagrado, em Roma, no dia 29 de junho de 2004.
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José Francisco Barbosa Ortiz - 10/04/2022
PARABÉNS ARCEBISPO DOM MILTON ANTONIO DO SANTOS, O SENHOR É PARTE INTEGRANTE DE CUIABÁ - MATO GROSSO.
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