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Risco de extinção 21.07.2024 | 15h40

Em procedimento raro, onça-pintada é taxidermizada em laboratório da UFR

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João Falcão

João Falcão

A Universidade Federal de Rondonópolis (UFR) recebeu, na última semana, uma equipe da 2ª Companhia de Polícia Militar de Proteção Ambiental do Estado de Mato Grosso para realizar a taxidermização de uma onça-pintada encontrada morta em Nova Mutum. O episódio é considerado raro, uma vez que o animal silvestre está considerado em risco de extinção. O procedimento atraiu a atenção de estudantes e de curiosos que tiveram a oportunidade de acompanhar o trabalho.

 

A taxidermia é uma técnica de preservação de animais para mantê-los com a mesma aparência de quando estavam vivos. O processo é realizado apenas em animais que vieram à óbito por outros motivos e não há maus-tratos envolvidos na operação. Estes animais geralmente foram vítimas fatais de atropelamentos, ou predados de forma ilegal por caçadores.

 

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A palavra taxidermia significa, em grego, dar forma à pele. Existem registros desta prática que remontam ao Antigo Egito.

 

Atualmente, o procedimento é utilizado pela Polícia Militar de Proteção Ambiental como instrumento pedagógico para promover ações de conscientização ambiental. A 3ª sargento da PM MT, Tania dos Santos Nogueira Silva, explica que a corporação desenvolve trabalhos educativos em toda região sul de Mato Grosso em escolas públicas e particulares, em entidades governamentais e empresas de iniciativa privada.

 

Tânia também é educadora ambiental e taxidermista. Ela conta que a exibição dos animais faz parte de uma estratégia para promover o conhecimento e a sensibilidade com a natureza. Ao observar de perto os animais é possível estabelecer uma maior receptividade para a absorção de temas sobre educação ambiental, tais como a conscientização de preservação dos ecossistemas, a responsabilidade ecológica e cidadã, e legislação brasileira específica.

 

“Muitas vezes esse é um contato único que aquela pessoa vai ter com o animal em toda a sua vida. Porque animais como esse são selvagens, então se ele estivesse vivo, ela jamais conseguiria chegar perto. Quando uma criança tem a oportunidade de tocá-lo, ela cria um vínculo com esse animal e passa a pensar nele de maneira diferente. Ela sabe que aquele animal existe e que ele precisa do meio ambiente equilibrado. E para manter o meio ambiente equilibrado, precisa da ação positiva do humano” comenta a sargento.

 

A taxidermização da onça-pintada foi realizada no laboratório de zoologia dos cursos de bacharelado e licenciatura em Ciências Biológicas da UFR e atraiu a atenção de alunos de diversos cursos. Muitos aproveitaram a oportunidade para observar e aprender. A estudante Juliana Queija considera importante a possibilidade de acompanhar o trabalho dos policiais militares. “Nos ensina bastante sobre a educação ambiental e ajuda a gente também a aprender a conservar espécies. Se você conhece melhor o bicho, então, consequentemente, você cria um afeto e uma mentalidade de preservar. E eu acho bem legal porque é uma arte científica que você faz e que você também contribui”, afirma Juliana.

 

A escolha do laboratório da UFR se deu em virtude do tamanho do animal, demandando vários profissionais para trabalhar no procedimento. Além disso, a universidade já mantém há anos uma sólida parceria com a Polícia Militar. No ano passado, os PMs coordenaram um curso de introdução à taxidermia durante a programação da semana acadêmica do curso de Ciências Biológicas.

 

O procedimento é longo e complexo e pode levar meses até ser concluído, pois demanda recursos e a participação de diversas pessoas para atingir um bom resultado. A sargento Tânia explica que o trabalho inicia com a notificação da PM a respeito do óbito do animal. O corpo do animal é congelado ou conservado em etanol enquanto os insumos necessários para o procedimento são levantados.

 

Quando todo o material está pronto, é realizada a limpeza interna do animal e a aplicação de fungicidas, bactericidas e conservantes para preservar a peça. Uma estrutura de ferro é introduzida para dar sustentação ao corpo, que é preenchido com pó de serra e costurado na posição que irá permanecer. Logo após, tem início o processo de secagem que pode levar de 4 a 6 meses no caso de um animal de grande porte como esse.

 

O trabalho de taxidermização da onça-pintada durou a semana toda e foi concluído nesta sexta-feira (19). O animal deve permanecer no laboratório de zoologia da Universidade Federal de Rondonópolis até a próxima segunda-feira e então será encaminhado para o prédio da 2ª Companhia de Polícia Militar de Proteção Ambiental.

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