Publicidade

Cuiabá, Quarta-feira 05/11/2025

Cidades - A | + A

FALTA DE ACESSIBILIDADE 21.09.2024 | 16h27

Ruas de Cuiabá e transporte público são desafios para PCDs

Facebook Print google plus
Ana Clara Abalém - Especial para o GD

redacao@gazetadigital

Ana Clara Abalém

Ana Clara Abalém

19 anos após a oficialização do Dia Nacional de Luta da Pessoa com Deficiência, em julho de 2005, pessoas com deficiência (PCDs) ainda enfrentam preconceito e dificuldades para usufruir de uma vida plena, com independência e autonomia por conta de direitos violados. Utilizar o transporte público ou mesmo transitar pelo Centro de Cuiabá são desafios com obstáculos para aqueles que têm alguma limitação física. 

 

O 21 de setembro é um avanço resultado de movimentos anti-capacitistas que buscam a mobilização para inclusão social de pessoas com deficiência. Mesmo com campanhas e exigências de inclusão, na prática, os dias são bem difíceis para quem tem algum tipo de deficiência.

 

Leia também - Ação visa arrecadar dinheiro para tratamento de idosa

 

O foi às principais vias do Centro Histórico e encontrou calçadas com desníveis e quebrada, piso tátil insuficiente e acessibilidade aos espaços prejudicada. Na Praça Ipiranga, por exemplo, há um piso tátil que percorre todo o perímetro do local, entretanto, não foi é feita a ligação desse piso com o da estação de ônibus. Além disso, a superfície que auxilia pessoas com baixa visão ou cegas a transitarem pelo espaço foi ocupada por vendedores ambulantes e seus produtos.

 

Em outras ruas, a inclinação da superfície e outros obstáculos, como raízes de árvores e buracos, também prejudicam o deslocamento de pessoas com cadeira de rodas, muletas e outros equipamentos para locomoção.

Arquivo pessoal

Estudante de jornalismo Sérgio Siqueira

 

 

Sérgio Marcelo dos Santos Siqueira, 54, perdeu 80% da visão por causa da diabetes. O graduado em Tecnologia de Gestão Pública e estudante de Jornalismo relata que já se acidentou, algumas vezes, enquanto andava nas ruas centrais.

 

“Às vezes, eu estou andando em uma calçada, de repente tem um rebaixamento e não tem uma rampa, não tem nada. Você está pensando que está no piso reto, de repente você pisa e dá aquela desequilibrada. Já aconteceu. E tem muitas calçadas que você anda por aí, não tem o piso tátil", narrou o homem.

 

Auxiliado por sua bengala, o estudante utiliza o transporte público como o principal meio de locomoção. Por não conseguir enxergar os veículos, depende da ajuda de desconhecidos para saber se o ônibus se aproxima e se é o correto para seu trajeto.

 

“Eu peço ajuda às pessoas que estão no ponto. Quando passar o ônibus que eu pego, que é o 711, que vem para minha casa, em direção ao Pedra 90, aí eu peço ajuda para as pessoas me avisarem e ajudar e entrar. Tem pessoas boas, mas tem pessoas que não estão nem", exemplificou.

 

Outra situação comum enfrentada por Siqueira é lidar com pessoas ocupam lugares destinados a PCDs. "Andar no transporte público, hoje, é meio complicado. Porque as pessoas não têm sensibilidade de ceder o lugar preferencial. Às vezes você vê jovens que sentam naqueles lugares e coloca o fone de ouvido e vira o rosto para o outro lado”, relatou.

 

Cerca de 18,6 milhões de brasileiros, com 2 anos ou mais de idade, têm algum tipo de deficiência. O dado pertence à última Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), divulgada em 2022, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

 

O Estatuto da Pessoa com Deficiência, criado em julho de 2015 por meio da Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa Deficiência, Lei Nacional nº 13.146, determina que o direito ao transporte e à mobilidade seja assegurado em igualdade de oportunidade com pessoas não deficientes.


A parte central da cidade, no entanto, não é única que oferece obstáculos aos pedestres. O estudante é morador do bairro Jardim Industriário II, na região sul de Cuiabá, e para chegar ao seu ponto, tem que percorrer uma rua não sinalizada. Assim, ele se baseia no som dos carros para orientação durante o percurso.

 

“Eu saio cedinho de casa para ir para a faculdade. Não tem muito trânsito. Então eu consigo chegar rápido ao ponto. “Mas às vezes eu tô indo, parece que eu tô no meio da rua”, contou o estudante.


Apesar da falta de acessibilidade que a cidade impõe, Siqueira afirma que consegue se locomover com confiança, uma vez que já conhece o percurso.


“Assim, por eu conhecer a cidade, eu já sei os pontos. Sempre quando eu quero ir em algum lugar, eu mapeio na minha mente. O trajeto mais fácil para chegar ao lugar. Eu posso descer com segurança e atravessar na faixa com segurança. Eu consigo chegar naquele determinado ponto que eu quero chegar. Mas sempre eu já me programo mentalmente", pontuou.

 

Assim, para ele, a parte mais desafiadora em usar transporte público é ter que lidar com as pessoas. "As pessoas têm que ter esse olhar mais sensível para quem anda com bengala na rua", pediu.

Voltar Imprimir

Publicidade

Comentários

Enquete

Período de férias já se aproxima e muitas pessoas viajam para visitar parentes ou conhecer locais novos. Você costuma planejar ou deixa para última hora?

Parcial

Publicidade

Edição digital

Quarta-feira, 05/11/2025

imagem
imagem
imagem
imagem
imagem
imagem
btn-4

Indicadores

Milho Disponível R$ 66,90 0,75%

Algodão R$ 164,95 1,41%

Boi à vista R$ 285,25 0,14%

Soja Disponível R$ 153,20 1,06%

Publicidade

Classi fácil
btn-loja-virtual

Publicidade

Mais lidas

O Grupo Gazeta reúne veículos de comunicação em Mato Grosso. Foi fundado em 1990 com o lançamento de A Gazeta, jornal de maior circulação e influência no Estado. Integram o Grupo as emissoras Gazeta FM, FM Alta Floresta, FM Barra do Garças, FM Poxoréu, Cultura FM, Vila Real FM, TV Vila Real 10.1, TV Pantanal 22.1, o Instituto de Pesquisa Gazeta Dados e o Portal Gazeta Digital.

Copyright© 2022 - Gazeta Digital - Todos os direitos reservados Logo Trinix Internet

É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem a devida citação da fonte.