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Ruas de Cuiabá e transporte público são desafios para PCDs

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Ana Clara Abalém - Especial para o GD

redacao@gazetadigital

Ana Clara Abalém

Ana Clara Abalém

19 anos após a oficialização do Dia Nacional de Luta da Pessoa com Deficiência, em julho de 2005, pessoas com deficiência (PCDs) ainda enfrentam preconceito e dificuldades para usufruir de uma vida plena, com independência e autonomia por conta de direitos violados. Utilizar o transporte público ou mesmo transitar pelo Centro de Cuiabá são desafios com obstáculos para aqueles que têm alguma limitação física. 

 

O 21 de setembro é um avanço resultado de movimentos anti-capacitistas que buscam a mobilização para inclusão social de pessoas com deficiência. Mesmo com campanhas e exigências de inclusão, na prática, os dias são bem difíceis para quem tem algum tipo de deficiência.

 

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O foi às principais vias do Centro Histórico e encontrou calçadas com desníveis e quebrada, piso tátil insuficiente e acessibilidade aos espaços prejudicada. Na Praça Ipiranga, por exemplo, há um piso tátil que percorre todo o perímetro do local, entretanto, não foi é feita a ligação desse piso com o da estação de ônibus. Além disso, a superfície que auxilia pessoas com baixa visão ou cegas a transitarem pelo espaço foi ocupada por vendedores ambulantes e seus produtos.

 

Em outras ruas, a inclinação da superfície e outros obstáculos, como raízes de árvores e buracos, também prejudicam o deslocamento de pessoas com cadeira de rodas, muletas e outros equipamentos para locomoção.

Arquivo pessoal

Estudante de jornalismo Sérgio Siqueira

 

 

Sérgio Marcelo dos Santos Siqueira, 54, perdeu 80% da visão por causa da diabetes. O graduado em Tecnologia de Gestão Pública e estudante de Jornalismo relata que já se acidentou, algumas vezes, enquanto andava nas ruas centrais.

 

“Às vezes, eu estou andando em uma calçada, de repente tem um rebaixamento e não tem uma rampa, não tem nada. Você está pensando que está no piso reto, de repente você pisa e dá aquela desequilibrada. Já aconteceu. E tem muitas calçadas que você anda por aí, não tem o piso tátil", narrou o homem.

 

Auxiliado por sua bengala, o estudante utiliza o transporte público como o principal meio de locomoção. Por não conseguir enxergar os veículos, depende da ajuda de desconhecidos para saber se o ônibus se aproxima e se é o correto para seu trajeto.

 

“Eu peço ajuda às pessoas que estão no ponto. Quando passar o ônibus que eu pego, que é o 711, que vem para minha casa, em direção ao Pedra 90, aí eu peço ajuda para as pessoas me avisarem e ajudar e entrar. Tem pessoas boas, mas tem pessoas que não estão nem", exemplificou.

 

Outra situação comum enfrentada por Siqueira é lidar com pessoas ocupam lugares destinados a PCDs. "Andar no transporte público, hoje, é meio complicado. Porque as pessoas não têm sensibilidade de ceder o lugar preferencial. Às vezes você vê jovens que sentam naqueles lugares e coloca o fone de ouvido e vira o rosto para o outro lado”, relatou.

 

Cerca de 18,6 milhões de brasileiros, com 2 anos ou mais de idade, têm algum tipo de deficiência. O dado pertence à última Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), divulgada em 2022, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

 

O Estatuto da Pessoa com Deficiência, criado em julho de 2015 por meio da Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa Deficiência, Lei Nacional nº 13.146, determina que o direito ao transporte e à mobilidade seja assegurado em igualdade de oportunidade com pessoas não deficientes.


A parte central da cidade, no entanto, não é única que oferece obstáculos aos pedestres. O estudante é morador do bairro Jardim Industriário II, na região sul de Cuiabá, e para chegar ao seu ponto, tem que percorrer uma rua não sinalizada. Assim, ele se baseia no som dos carros para orientação durante o percurso.

 

“Eu saio cedinho de casa para ir para a faculdade. Não tem muito trânsito. Então eu consigo chegar rápido ao ponto. “Mas às vezes eu tô indo, parece que eu tô no meio da rua”, contou o estudante.


Apesar da falta de acessibilidade que a cidade impõe, Siqueira afirma que consegue se locomover com confiança, uma vez que já conhece o percurso.


“Assim, por eu conhecer a cidade, eu já sei os pontos. Sempre quando eu quero ir em algum lugar, eu mapeio na minha mente. O trajeto mais fácil para chegar ao lugar. Eu posso descer com segurança e atravessar na faixa com segurança. Eu consigo chegar naquele determinado ponto que eu quero chegar. Mas sempre eu já me programo mentalmente", pontuou.

 

Assim, para ele, a parte mais desafiadora em usar transporte público é ter que lidar com as pessoas. "As pessoas têm que ter esse olhar mais sensível para quem anda com bengala na rua", pediu.

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