Zoo vira um centro de pesquisas, mas abandono continua

O antigo zoológico da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), que funcionou por décadas, hoje é a sobra do que foi. Após o fechamento em março de 2019, 10 anos após ser embargado pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), por falta de licenças ambientais e pelas condições precárias, o espaço se tornou o Centro de Medicina e Pesquisa em Animais Silvestres (Cempas) vinculado à Faculdade de Medicina Veterinária (Favet). Mesmo em atividade, o espaço é marcado pela ausência de manutenção, com placas apagadas e jaulas enferrujadas. O mato alto impede o acesso em boa parte da sua extensão e a vegetação engole lentamente várias jaulas que estão vazias.

Criado com o objetivo de atender animais resgatados e de dar suporte aos animais idosos e com problemas de saúde que não tiveram condições de serem transferidos com o encerramento do zoológico, o espaço funciona de maneira precária devido ao recurso limitado. Atualmente, pouco mais de 100 animais estão acolhidos no local. A maioria fica por um período provisório, até se recuperar e voltar ao habitat natural ou ser transferido para outros espaços, conforme destinação da Secretaria Estadual de Meio Ambiente (Sema).

Segundo a reitora da UFMT, Marluce Aparecida Souza e Silva, os animais acolhidos geram gasto muito alto e não existe verba específica para o custeio do Cempas. Só para a parte alimentar, realizamos uma licitação de R$ 600 mil, pois a média com a alimentação é de R$ 50 mil ao mês. Além disso, temos muitas outras despesas essenciais. Como o recurso é limitado, damos prioridade à parte alimentar e clínica.

Ela explica que animais feridos pelas queimadas ou abandonados, recebem todo o cuidado de um corpo de servidores, docentes, técnicos e estudantes para o tratamento necessário, incluindo exames, cirurgias e outros atendimentos realizados no Hospital Veterinário da UFMT (Hovet).

Existe um convênio entre o Hovet com a Sema para auxiliar nos materiais de consumos clínicos. Um Termo de Cooperação Técnica com o Ibama também foi firmado e prevê a conversão de multas ambientais para a destinação de materiais ao Cempas. Além disso, existe a doação de verduras aos animais por meio de uma rede de supermercados.

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