28.07.2018 | 09h23
João Bosco Ribeiro, advogado do escritório do ex-secretário estadual da Casa Civil, Paulo Taques, incriminado na noite de sexta-feira (28) em ação grampolândia pantaneira, negou todos os atos supostamente cometidos. Ele atendeu com brevidade o Gazeta Digital na manhã deste sábado (28).
João Vieira![]() |
Surpreso pelo desenrolar do caso, o jurista afirmou ainda que somente prestará mais informações nos autos do processo.
Leia também - Advogado se surpreende com confissão e busca benefícios de delação premiada
O cabo da Polícia Militar de Mato Grosso, Gerson Corrêa, afirmou em audiência que Paulo Taques é o principal responsável pela grampolândia.
Segundo ele, o primo do governador manteve do próprio bolso uma central de escutas telefônicas clandestinas visando vantagens no pleito eleitoral de 2014, quando Pedro Taques (PSDB) foi eleito.
Gerson revelou detalhes de como era operado o esquema de interceptação e afirmou, diante do juiz Murilo de Moura Mesquita, que inicialmente foi informado que as interceptações seriam para investigar policiais suspeitos de envolvimento com tráfico de drogas. Tratou-se de uma mentira, conforme o réu.
Gerson revelou ainda que recebeu de Paulo Taques a quantia de R$ 50 mil para comprar os equipamentos necessários para montar a central de interceptações.
“Foi quando eu e [coronel] Lesco deslocamos (em setembro) até um lugar que não sei se é escritório ou comitê de campanha, fomos até o bairro Consil, em uma casa onde Paulo Taques trabalhava, e pegamos os R$ 50 mil, pegamos o dinheiro e começamos a comprar o que precisava”, revelou Gérson em seu depoimento.
"O interesse é do governador Pedro Taques e do senhor Paulo Taques, sem nenhuma sombra de dúvidas", disse o policial em sua confissão.
Defesa de Gerson
O advogado Neyman Monteiro, responsável pela defesa do cabo da Polícia Militar Gerson Corrêa, se surpreendeu com as confissões realizadas por seu cliente no fim da noite de sexta-feira (27). Ele promete buscar os benefícios da delação premiada para o seu cliente.
“Ele [Gerson] solucionou a grampolândia pantaneira. A defesa se surpreendeu com os mínimos detalhes sobre o caso. Os advogados apenas orientam o réu. Mas os detalhes surpreenderam. A defesa agora vai buscar os benefícios de uma colaboração premiada”, disse Neyman na manhã deste sábado ao Gazeta Digital.
Paulo Taques
Investigado pelos grampos no STJ, Paulo Taques está preso por suposto envolvimento em desvios de R$ 30 milhões no Departamento Estadual de Trânsito (Detran-MT).
Os grampos
Reportagem do programa "Fantástico", da Rede Globo, revelou na noite de 14 de maio de 2017 que a Polícia Militar em Mato Grosso “grampeou” de maneira irregular uma lista de pessoas que não eram investigadas por crime.
A matéria destacou como vítimas a deputada estadual Janaína Riva (MDB), o advogado José do Patrocínio e o jornalista José Marcondes, conhecido como Muvuca. Eles são apenas alguns dos “monitorados”.
O esquema de “arapongagem” já havia vazado na imprensa local após o início da apuração de Fantástico.
Os grampos foram conseguidos na modalidade “barriga de aluguel”, quando investigadores solicitam à Justiça acesso aos telefonemas de determinadas pessoas envolvidas em crimes e no meio dos nomes inserem contatos de não investigados.
No processo da Justiça Militar, são réus os coronéis Zaqueu Barbosa, Evandro Alexandre Ferraz Lesco, Ronelson Jorge de Barros, o tenente-coronel Januário Antônio Batista e o cabo Gerson Luiz Ferreira Corrêa Júnior.
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