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Judiciário - A | + A

01.08.2018 | 07h15

Barriga de aluguel começou uma semana antes da eleição, afirma cabo - vídeo

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Uma semana antes da eleição de 2014, no final de setembro, quando o cabo da Polícia Militar Gerson Luiz Ferreira Corrêa Júnior já estava realizando interceptações telefônicas contra policiais militares da região de Cáceres, suspeitos de participação no tráfico de drogas e armas, o coronel Zaqueu Barbosa, então sub-chefe do Estado Maior, entregou uma lista com números identificados com codinomes, mas que se tratavam, na verdade, de pessoas conhecidas na sociedade cuiabana, como os advogados José Patrocínio e José Antônio Rosa, que faziam as coordenações jurídicas das campanhas dos então candidatos ao governo Lúdio Cabral (PT) e Janete Riva (PSD), respectivamente.

Reprodução

Cabo Gerson durante seu depoimento

Outros números de telefones, como de vereadores e assessores políticos ligados aos adversários do então candidato ao governo Pedro Taques (PSDB, na época PDT), além do jornalista José Marcondes, o Muvuca, e da publicitária Tatiane Sangalli, também foram entregues em mãos ao cabo pelo coronel, que revelou a real identidade dos alvos e explicou os motivos pelos quais aquelas pessoas seriam ouvidas.

O caso foi relatado pelo próprio cabo Gerson, em seu depoimento prestado na ação penal em que figura como réu, juntamente com os coronéis Zaqueu Barbosa, Ronelson de Barros e Evandro Lesco e o tenente-coronel Januário Batista, na 11ª Vara Criminal Militar, na madrugada do último sábado (28).

Conforme o cabo Gerson, o coronel Zaqueu estava muito constrangido em ter aquela conversa, na qual afirmou que Muvuca seria alvo dos grampos porque representava “ameaça real” ao então senador da República e candidato Pedro Taques por usar seu site como forma de perseguir o político. Naquele pleito, Muvuca também era candidato ao governo.

                     

No caso de Tatiane Sangalli, as escutas ocorreriam porque ela era ex-amante de Paulo Taques e o estaria chantageando por meio de informações privilegiadas que teria obtido da família dele. Já no caso dos políticos e assessores, como o vereador de Cuiabá Chico 2000, o interesse era flagrar algum cometimento de crime eleitoral às vésperas da votação.

“Dentro do gabinete do sub-chefe do Estado Maior, eu tomei conhecimento do pano de fundo que existia”, afirmou o cabo Gerson ao juiz Murilo de Moura Mesquita. Ele afirma que durante a conversa com seu superior, se lembrou do encontro que havia tido com Paulo Taques a mando de Zaqueu, em que o advogado se responsabilizou pelos custos da central de interceptação, desde que tivesse acesso aos áudios produzidos. Foi aí que “ligou os pontos” e percebeu o interesse político por trás de tudo. “Meu maior erro foi não ter dito não ao coronel Zaqueu Barbosa”, disse o cabo Gerson.

Leia também - Vídeo mostra cabo Gerson acusando Paulo Taques de financiar grampolândia - Assista

O militar afirma que apesar da “barriga de aluguel” ter ocorrido contra os alvos políticos em meio à ação que pretendia investigar policiais corruptos, ele nunca ouviu nenhuma das conversas, pois teria dito ao coronel Zaqueu que, por não ter condições de ouvir tantas conversas, daria foco ao caso dos PM’s de Cáceres.

Todos os áudios referentes à barriga de aluguel ele diz ter salvo em diversos pen drives e entregue nas mãos do coronel Zaqueu, no gabinete deste no Comando Geral. “Eu entreguei pen drives atrás de pen drives [...] O início dos alvos políticos foi aí”, relatou.  

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