MORTO EM TREINAMENTO 11.11.2024 | 16h51
redacao@gazetadigital.com.br
Reprodução
É realizada na tarde desta segunda-feira (11) uma audiência na 11ª Vara Criminal Especializada da Justiça Militar referente à morte do aluno soldado do Corpo de Bombeiros Lucas Veloso Peres, ocorrida em fevereiro deste ano durante treinamento. No interrogatório, o soldado Jonathan Siqueira, que fez o curso com a vítima, confirmou que o capitão responsável pela instrução, Daniel Alves de Moura e Silva, disse que "não tinha medo de perder a farda".
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Jonathan foi uma das testemunhas ouvidas durante a sessão. Ele deu alguns detalhes sobre o dia do treinamento, que terminou com a morte de Lucas. Ele se recorda que em diversos momentos a vítima demonstrou dificuldades.
Segundo Jonathan, o capitão Daniel tinha dado uma orientação aos alunos para que não utilizassem o equipamento “life belt” durante a travessia a nado. Porém, como estava com dificuldades, Lucas começou a se apoiar no objeto. Em determinado momento, o soldado Kayk Gomes dos Santos teria pulado na água e retirado o “life belt” de Lucas.
“No terceiro momento, que ele já tinha falado para soltar o ‘life belt’, a gente não estava mais avançando, e aí como ele não soltou, mesmo depois das ordens tanto do capitão Daniel quanto do soldado Kayk, o soldado desceu (...) foi nadando até o soldado Lucas Veloso e aí ele retirou ‘life belt’”, narrou.
Jonathan disse que após ficar sem o equipamento, Lucas estava com dificuldade em flutuar na água e então começou a se apoiar nos colegas. Depois disso, o próprio capitão Daniel teria pulado na água para impedir Lucas de tentar se apoiar nos outros ou em equipamentos. Ele falou “o Lucas vai nadar comigo” e deu ordem para que os outros alunos seguissem em frente.
O grupo de Jonathan então seguiu a travessia sem Lucas e só depois que terminou soube que o colega se afogou e precisou ser socorrido.
Ao ser questionada, a testemunha ainda disse que era comum existir pressão em cima de alunos que tinham dificuldade e confirmou que, em determinado momento durante os treinamentos, o capitão Daniel afirmou que “não tinha medo de perder a farda”.
O caso
O capitão Daniel Alves de Moura e Silva foi o responsável por comandar a atividade prática de instrução de salvamento aquático, tendo como monitores o soldado Kayk Gomes dos Santos e o soldado Weslei Lopes da Silva.
Conforme a dinâmica proposta, a cada dois alunos, um deveria portar o flutuador do tipo Life Belt. Nessa divisão, o soldado Lucas Veloso Peres ficou com a missão de levar o equipamento. Após percorrer aproximadamente 100m da travessia a nado, o aluno passou a ter dificuldades na flutuação e parou para se recompor, utilizando o Life Belt.
Desconsiderando o estado de exaustão do soldado, o capitão determinou que ele soltasse o flutuador e continuasse o nado. A vítima tentou dar prosseguimento à atividade por diversas vezes, voltando a buscar o flutuador em razão das dificuldades.
O capitão insistiu para que o soldado soltasse o equipamento de segurança, proferindo ameaças, até que determinou ao soldado Kayk Gomes dos Santos que retirasse o flutuador da vítima.
O monitor retirou o Life Belt de Lucas e lhe deu “vários e reiterados caldos”. Desesperado e com intenso sofrimento físico e mental, a vítima passou a clamar por socorro e pedir para sair da água.
O capitão, que estava em uma prancha, desceu do equipamento, ordenou que os alunos continuassem a travessia e disse que supervisionaria o aluno. Ele se posicionou à frente da vítima quando percebeu que ela submergiu. Ao retornar à superfície, Lucas Veloso Peres estava inconsciente.
A vítima foi colocada na embarcação e imediatamente constatada que “não havia pulsação carotídea, e, portanto, havia entrado em parada cardiorrespiratória”. O aluno faleceu no local.
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marlan - 11/11/2024
Sem querer entrar no merito do ocorrido, porque isso compete a justiça. Contudo, nao justifica um aluno morrer nas circusntacias como se tem noticiado. Um absurdo...
Luisa - 11/11/2024
são tantas versões diferentes ..
2 comentários