Ao pedir prisão de investigados 31.10.2024 | 10h18
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Luiz Leite
Na decisão em que determinou a soltura dos investigados por um rombo de R$ 400 milhões na Unimed Cuiabá, o juiz federal Jeferson Schneider citou que o Ministério Público Federal (MPF) pediu a prisão preventiva deles mencionando um grupo de Whastapp criado para discutir as estratégias de atuação dos investigados e também um site sobre supostos acontecimentos obscuros na cooperativa.
A decisão foi proferida nessa quarta-feira (30). O magistrado destacou que o MPF pedia a prisão preventiva alegando que, em liberdade, os investigados trariam prejuízo à instrução processual.
O MPF citou a existência do site Unimed Sem Medo e de um grupo de Whatsapp encontrado no celular de Ana Paula Parizotto, com mensagens que apontavam que o grupo possuía informações privilegiadas.
“O Ministério Público Federal pretende (…) a obtenção de cópia de [inquérito] em tramitação na Polícia Civil, no qual são apurados diversos fatos, dentre eles, notícias veiculadas no site Unimed Sem Medo; acesso a um ofício sigiloso, protocolado pelo Ministério Público Federal perante a ANS; e a existência de um grupo de Whatsapp no aparelho celular da investigada Ana Paula Parizotto criado para discutir as estratégias de atuação dos investigados”, diz trecho da decisão.
Sobre o grupo de Whatsapp, o magistrado determinou que a polícia separe informações, para análise posterior.
“Considerando que o advogado L.S.F.C. sustentou em audiência participar do grupo de Whatsapp encontrado no celular da investigada Ana Paula Parizotto, grupo este que teria sido criado para tratar da defesa dos investigados, intime-se a autoridade policial para que ao elaborar o relatório sobre o conteúdo desse aparelho celular - ou de outros aparelhos celulares, caso existam – separe em Informação própria ou Anexo o conteúdo desse grupo de conversa para fins de análise posterior acerca de ser o caso de conteúdo sob sigilo profissional”.
Já com relação ao site, o magistrado não considerou que ele seria um indício de que os investigados poderiam interferir nas investigações.
“Acerca do site Unimed Sem Medo e seu conteúdo, neste momento, apenas pelos motivos apresentados em audiência pelo Ministério Público Federal, não vejo razão suficiente para a decretação da prisão dos investigados, sem prejuízo do aprofundamento das investigações sobre esse tema e, se for o caso, a apresentação de novo requerimento”.
Esquema na mira
A Unimed Cuiabá – que é a operadora de saúde suplementar de maior abrangência do Estado, com 220 mil usuários, possuindo 60% de market share e tendo 1.381 médicos cooperados – descobriu um prejuízo contábil de R$ 400 milhões.
Em março de 2023, após uma disputa eleitoral histórica na qual os cooperados elegeram o médico urologista Carlos Bouret para presidir a Unimed Cuiabá, deu-se início à descoberta de uma série de anormalidades que estavam sendo cometidas pela gestão anterior, que tinha como presidente o médico Rubens de Oliveira.
Além de Rubens, a ex-gestão era composta pelo ex-CEO, Eroaldo Oliveira, e o ex-presidente do Conselho de Administração, João Bosco Duarte.
Em 27 de junho, os cooperados reunidos em Assembleia Geral Extraordinária (AGE) tiveram conhecimento dos resultados apresentados pela auditoria, PP&C Auditores Independentes, quanto ao balanço revisado. Conforme relatório, existia uma perda de aproximadamente R$ 400 milhões no balanço fiscal de 2022, contrapondo os R$ 371,8 mil positivos que haviam sido apresentados pela gestão anterior.
As irregularidades apontadas pela auditoria contratada evidenciaram uma administração incorreta, que comprometeu a saúde financeira da Unimed Cuiabá. Dentre pontos críticos estavam a construção de dois empreendimentos - a sede do hospital próprio e um espaço de cuidados terapêuticos - que custaram R$ 95 milhões e não foram entregues em sua totalidade.
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