TRE se queixa de baixa participação de jovens nas eleições; ‘há um desinteresse muito grande’

Apesar da taxa de abstenção dos eleitores de Mato Grosso nas eleições estar na média do Brasil, membros do Tribunal Regional Eleitoral (TRE) enxergam um problema no desinteresse crescente dos eleitores jovens no processo eleitoral. Esta situação acendeu um alerta porque, principalmente em eleições municipais, cada voto pode fazer a diferença.

Leia também - Ministro do STJ mantém prisão preventiva de esposa de WT

Em entrevista à imprensa na última semana os membros do TRE-MT destacaram que este desinteresse dos jovens com as eleições é um fenômeno mundial. A presidente, desembargadora Maria Aparecido Ribeiro, disse que o TRE tem realizado ações para envolver estes eleitores no processo eleitoral, mas ela observou de perto a postura deles.

“Fizemos um trabalho nas escolas e faculdades, para orientar os jovens, pelo projeto Jovem Eleitor, mas nós sentimos realmente [um desinteresse]. Foi até em uma visita que fizemos em Rondonópolis [...], a Justiça Eleitoral estava em uma escola estadual de Rondonópolis com todo o equipamento e eles simplesmente passavam. Na reunião que nós fizemos houve participação de muito poucos, então nós sentimos isso, até comentei com o pessoal que estava conosco lá que não houve interesse. A gente percebe que tem um número de jovens que têm um certo desinteresse”, disse a magistrada.

Apesar disso, Mato Grosso ainda está dentro da média de abstenções nas eleições, algo em torno de 20%. O juiz membro Eustáquio Neto, que também é vice-diretor da Escola Judiciária Eleitoral, disse que nas últimas eleições a abstenção foi menor e a expectativa é que no pleito deste ano o mesmo ocorra, mesmo com os eleitores jovens, já que 15 votos podem ser decisivos para eleger um vereador.

“O que a gente vê historicamente é que aquele eleitorado jovem que se habilitou a votar, ele geralmente vota, mas é difícil, a gente tem implementado várias campanhas, indo nas escolas, trazendo-os aqui [...]. Existe o projeto voto consciente, onde a gente aborda principalmente os jovens entre 15 e 18 anos, e que vão votar pela primeira vez, mas é lamentável, temos que admitir que ainda há um desinteresse muito grande”.