DEU NA GAZETA 01.11.2020 | 07h12
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O consumidor de drogas recreativas, em geral pertencente à alta sociedade, que representa pelo menos 70% dos clientes do tráfico doméstico, são os maiores financiadores das facções criminosas, no caso de Mato Grosso, a facção Comando Vermelho (CV). Análise é do delegado Flávio Stringueta, titular da Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO), que tem como principal alvo investigações de ações criminosas envolvendo faccionados. Segundo ele, não só em Mato Grosso,
mas em todo país, o tráfico de entorpecentes é a principal fonte de arrecadação das organizações criminosas.
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A partir desta análise, fica claro que o consumidor de poder aquisitivo maior tem papel importante na engrenagem. Não é o usuário pobre, dependente químico, que muitas vezes pratica pequenos furtos para adquirir a porção de drogas, que financia o tráfico. Mas os consumidores recreativos, que compram com frequência a droga para seu lazer em festas ou para relaxar sozinho ou com amigos.
O consumidor final da cocaína ou da maconha (entorpecentes mais comercializados) é apenas a ponta de uma grande cadeia do tráfico, atividade com alta lucratividade e que agrega as mais variadas ações criminosas.
Hoje, ao contrário do que ocorreu no passado, o tráfico de entorpecentes é controlado pelo CV, tanto na Capital como no interior. Nenhum "biqueiro”, ou vendedor de porções no varejo consegue atuar sem que pague mensalmente uma “taxa de autorização” para o CV. Aqueles que se negam podem ser alvos de um “salve”, isto é, passarem por uma sessão de espancamento determinado pelo “disciplina” do bairro. Ou mesmo pagar com a própria vida, se insistir em não respeitar os estatutos impostos pelas lideranças da facção.
As cobranças são comprovadas pelas anotações em cadernos de contabilidade de faccionados, apreendidos durante ações de
combate ao tráfico. A Operação “Red Money”, da GCCO, desencadeada em outubro de 2018, já apontava que a facção arrecadava em média R$ 1,2 milhão ao ano somente com “mensalidades” de faccionados, somadas as taxas de autorização para funcionamento de bocas de fumo e taxas de “segurança”, cobradas de comerciantes para não terem as empresas roubadas.
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