Família indígena mato-grossense é resgatada de trabalho análogo à escravidão em MG

Um trabalhador indígena e seu filho de 13 anos, ambos mato-grossenses, foram resgatados de trabalho análogo à escravidão em uma fazenda de Minas Gerais, na zona rural de Montes Claros. No local, também estavam a esposa e os outros 4 filhos do casal, de 1, 4, 8 e 10 anos. 

O resgate foi realizado na última terça-feira (16) em uma ação de combate ao trabalho escravo promovida pelo Ministério do Trabalho e do Emprego (MTE), por meio da Secretaria de Inspeção do Trabalho. O trabalhador e a família, de etnia indígena Xacriabá, foram atraídos ao local com a promessa de moradia confortável e cesta básica.

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Toda a família era mantida em condições degradantes. Além do pai, o filho de 13 anos também trabalhava. Nenhum deles foi submetido a exames médicos ocupacionais, admissionais ou periódicos e não receberam equipamentos de proteção individual (EPI).

Além disso, os dois não tiveram acesso a treinamentos ou ao registro em carteira, trabalhando na informalidade. Os salários combinados não estavam sendo pagos e a única renda vinha de programas sociais do Governo Federal. As crianças estavam fora da escola, sem acesso a posto de saúde e a vacinação da filha mais nova estava atrasada por essa razão.

O trabalhador e seu filho realizavam atividades de manutenção da propriedade, como limpeza, capina manual, roçada, além de cuidar do gado e vigiar a fazenda.

A equipe responsável também verificou que o empregador não fornecia água potável. A família vivia em uma casa cedida pelo fazendeiro e dormia em colchões sujos no chão. Na casa, foi encontrado apenas um pacote de arroz e outro de trigo para alimentação.

Após o resgate, a família foi encaminhada a uma casa de abrigo por representantes do município, para início do processo de reinserção social. O empregador foi notificado a pagar as verbas trabalhistas devidas no prazo de 10 dias.