RETROSPECTIVA 28.12.2022 | 11h35
pablo@gazetadigital.com.br
Chico Ferreira
Quem apostasse em janeiro deste ano em quem seriam os favoritos para vencer as eleições gerais de outubro, o nome do deputado federal Neri Geller (PP) seria um dos primeiros lembrados. Porém, o ano termina com o parlamentar com o mandato cassado e derrotado na disputa ao Senado.
Do céu ao inferno, Neri ainda pode salvar o seu ano com uma indicação ao Ministério da Agricultura no futuro governo do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Ele é cotado para ministro como também para ocupar algum cargo de segundo escalão na Pasta.
Geller começou o ano com uma ampla frente de apoio para a sua candidatura ao Senado. Além do PP, defendia o seu nome o PSD do senador Carlos Fávaro, e o MDB do deputado Carlos Bezerra (MDB). Além disso, a maioria dos deputados estaduais defendiam o seu nome como candidato na chapa do governador Mauro Mendes (União). Até o início de março, a candidatura de Neri Geller estava consolidada.
Porém, o fator presidente Jair Bolsonaro (PL), iria mudar tudo. Primeiro, o presidente que estava sem partido desde 2019, iniciou as tratativas com o PP e PL para sua filiação. Com a decisão de ingressar no PL, Bolsonaro automaticamente fortalecia a candidatura do senador Wellington Fagundes (PL), que acabou sendo reeleito.
O jogo começou a mudar ainda mais após o ex-senador Cidinho Santos (PL), iniciar uma articulação para aproximar Bolsonaro e Mauro Mendes. Após uma reunião em Brasília com o presidente nacional do PL, Valdemar da Costa Neto (PL), meio caminho foi trilhado. Bolsonaro visitou Cuiabá e ali selou uma aliança com Mauro Mendes e tendo Fagundes na mesma chapa.
Diante disso, Neri Geller e Carlos Fávaro decidiram pressionar o governador, que disse que só decidiria mais adiante. Mendes queria tempo para impedir uma candidatura bolsonarista no Estado ao governo, e, ao mesmo tempo tentar manter a base unida.
Contudo, Fávaro e Neri iniciaram uma conversa nacional para se aproximar da candidatura de Lula, já que sabiam que pressentiam que não teriam espaço na chapa do governador. Mendes chegou a cogitar uma chapa só com ele ao governo e candidaturas avulsas ao Senado. Pórem, o PL não aceitou.
Diante disso, ele decidiu apoiar Bolsonaro rompendo assim com o PSD e PP. A primeira baixa de Neri foi a saída do MDB de sua aliança. A sigla não cumpriu o acordo e decidiu ficar com Mauro Mendes e consequentemente apoiar Wellington Fagundes indiretamente.
Depois, Neri sofre o maior golpe já no início da campanha. No dia 23 de agosto, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) cassou, por unanimidade, o mandato do deputado federal Neri Geller (PP) por abuso de poder econômico nas eleições de 2018. Além disso, a Corte Eleitoral o deixou inelegível por 8 anos. Ele recorre até hoje da decisão.
Após a sua cassação, o Ministério Público Eleitoral (MPE), ingressa com a impugnação do seu registro de candidatura. Nessa altura, ninguém sabia se Neri seria candidato ou não, o que prejudicou os apoios e o financiamento de campanha. No dia 12 de setembro por 4 a 3 o Tribunal Regional Eleitoral (TRE-MT), manteve o seu registro de candidatura. Porém, o MPE recorreu ao TSE que acatou o recurso e indeferiu o registro.
Geller conseguiu um efeito suspensivo e disputou sub judicie, totalmente prejudicado com as batalhas jurídicas. Terminou as eleições em terceiro lugar com pouco mais de 300 mil votos que não foram contabilizados.
A ação que cassou Neri é referente a eleição de 2018. Ele é acusado de ter realizado realizado triangulação financeira com o seu filho, para financiar sua campanha com recursos de fonte vedada.
Neri Geller é o segundo representante da bancada federal desta legislatura a ser cassado. Em 2019, a juíza aposentada Selma Arruda foi cassada por unanimidade pelo TRE de Mato Grosso por caixa 2 e abuso de poder econômico.
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