Deputado reconhece racha no partido e cogita intervenção

Recém-empossado como presidente estadual do PP, deputado Paulo Araújo admitiu que a sigla está rechada em Cuiabá por conta da gestão Emanuel Pinheiro (MDB), e sinaliza que poderá intervir na direção do partido na Capital. Segundo ele, isso tem prejudicado a legenda, já que o vereador Demilson Nogueira (PP) é um dos líderes da oposição, enquanto o vereador licenciado Marcrean Santos (PP), está no comando da Secretaria Municipal de Habitação.

"Em determinado momento o Progressista vai resolver esse empasse. Eu assumi o partido oficialmente ontem. E é lógico que vamos dar uma direção em especial ao município de Cuiabá. Nós participamos de um novo grupo político, nós queremos um novo prefeito que tenha condições de gerir Cuiabá em sua plenitude. Então é claro que o indicativo do PP é de oposição a atual gestão", disse essa semana.

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Paulo Araújo também descartou possível expulsão dos membros do PP que estão apoiando e compondo a gestão na Capital. "Ninguém vai ser retirado, mas quem não seguir o alinhamento do partido, deve procurar outro partido, alinhado com o grupo político que eles militam hoje", justificou.

O parlamentar afirmou que o objetivo é iniciar um processo de construção da legenda em Cuiabá e filiar novos nomes para a disputa de 2024. "Hoje o PP participa de um grupo político de sustentação do governador Mauro Mendes (União). Então hoje somos aliados do União Brasil", afirmou.

A declaração de Araújo é um recado claro ao ex-deputado federal Neri Geller (PP), que se aproximou de Emanuel Pinheiro desde o ano passado. A mensagem também respinga em Marcrean Santos que está como secretário, e Luiz Claudio, que está interinamente na vaga de Marcrean.

O rompimento entre Paulo Araújo (PP) e Emanuel Pinheiro (MDB) ocorreu durante as eleições do ano passado, quando o prefeito deixou de apoiá-lo para eleger Juca do Guaraná (MDB). Diante disso, Araújo decidiu romper com o gestor.

Outro lado

Por meio de nota o Secretário de Habitação e Regularização Fundiária de Cuiabá, o vereador licenciado Marcrean Santos (PP) afirmou que não cogita deixar o partido e que não há nenhuma orientação do diretório municipal em relação a isso.

Quanto às declarações do novo presidente estadual do Partido Progressista, deputado Paulo Araújo, sugerindo que os aliados do prefeito Emanuel Pinheiro deixem a legenda, Marcrean afirma ser uma fala isolada.

“O deputado deveria estar preocupado em trabalhar em prol da população, que é o que estamos fazendo todos os dias. Temos um diretório municipal que nos dá as diretrizes e não tivemos nenhuma orientação sobre deixar o partido. E também não vamos deixar a base do prefeito Emanuel Pinheiro por causa de picuinha. Temos compromisso com o prefeito mas, acima de tudo, com a população cuiabana, que é por ela que estamos trabalhando”, afirmou Marcrean.

O secretário enfatizou que o novo presidente do partido deveria estar preocupado em ampliar as filiações e fortalecer a legenda para as eleições municipais do próximo ano ao invés de querer reduzir e ver filiados, que estão trabalhando efetivamente, fora do partido.

“Nós, em Cuiabá, trabalhamos pelo fortalecimento do partido. Queremos um nome na chapa majoritária e fazer de 3 a 4 vereadores. Para isso, o partido precisa crescer e estar unido. E não são com falas isoladas que isso vai acontecer”.

Marcrean finalizou lembrando que além dele, que hoje ocupada a secretaria de Habitação, o partido ainda tem o primeiro suplente, Luiz Cláudio, hoje como vereador e o presidente da Agência de Regulação dos Serviços Públicos Delegados de Cuiabá (Arsec), Vanderlúcio Rodrigues.

“Estou como secretário, trabalhando para a população, cumprindo com o meu papel. E não penso em deixar o partido”.