Deputado relata 'julgamento com o demônio' durante intubação

O deputado estadual Valdir Barranco (PT) afirmou que viveu momentos de horror durante o período em que esteve intubado tratando a infecção pela covid-19. Em meio aos pesadelos que tinha enquanto estava desacordado, o parlamentar conta que era constantemente julgado, sendo que em uma das experiências o demônio estaria presente.

A afirmação do deputado foi feita durante entrevista do Jornal do Meio Dia, nesta terça-feira (15). Ao ser questionado sobre o momento mais difícil do período em que esteve internado, Barranco citou os pesadelos frequentes, que davam a sensação de uma constante luta entre a vida e a morte.

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"É como se fossem sonhos, pesadelos. Havia momentos que tinha uma junta de médicos que avaliavam meu caso, mas não era uma junta normal, era de acusação. Eles diziam o tempo todo que a culpa de estar daquele jeito era minha, que eu não sobreviveria", disse Barranco.

"Havia momentos também de julgamento em que o demônio estava presente. Isso ocorria na água, nadando o tempo todo. Havia momentos em que eu procurava minha casa e não a encontrava. Momentos em que eu via meus filhos e minha esposa", acrescentou o deputado.

Conforme divulgado pela reportagem, o deputado ficou 81 dias internado tratando a covid. Deste período, a maior parte do tempo o petista ficou intubado em um hospital de São Paulo, tendo recebido alta no dia 5 de maio.

Na entrevista, Barranco também falou sobre as dificuldades físicas deixadas pela doença. O deputado apontou que tem seguido à risca as recomendações médicas, sobretudo pelo fato de que muitas funções básicas do corpo foram afetadas pela doença.

"É um processo lento, porque foram 52 dias intubado. Quem tem ideia disso sabe que todo corpo fica comprometido e não só os pulmões, porque o corpo dá ordem para que seja retirado energia dos músculos. Por isso, eu perdi 30 kg e perdi a capacidade de andar. Tive que reaprender a falar, a comer, andar, tomar banho sozinho, escovar os dentes e outras tarefas", finalizou.

Veja a entrevista completa a seguir: