'estratégia' 23.09.2025 | 16h30
allan@gazetadigital.com.br
Reprodução
Deputados da ala bolsonarista de Mato Grosso minimizaram o “abraço” entre o presidente Donald Trump e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nos bastidores da 80ª Assembleia Geral da ONU, em Nova York, nesta terça-feira (23). O abraço, considerado amistoso por observadores internacionais, foi tratado pelos parlamentares como uma ação “estratégica” diante da taxação de 50% imposta pelos Estados Unidos ao Brasil.
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Nas redes sociais, deputados bolsonaristas compartilharam recortes do discurso de Trump com praticamente a mesma identidade visual e trechos semelhantes, como se fossem reproduções entre si. “Vai agir, pelo menos em uma reunião, como presidente ou vai preferir manter a narrativa sem sentido?”, questionou o deputado José Medeiros (PL).
Durante seu discurso na Assembleia, Trump afirmou que terá um encontro com Lula na próxima semana para tratar das retaliações aplicadas ao Brasil em resposta ao julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro. “Tive uma química excelente com o presidente brasileiro, que pareceu um cara muito agradável. Ele gosta de mim e eu gostei dele. Por 39 segundos, tivemos uma ótima química, e isso é um bom sinal”, disse o ex-presidente americano.
Fontes do governo brasileiro confirmaram a reunião, mas não informaram se ela ocorrerá de forma presencial ou por telefone. Apesar do tom amistoso, os bolsonaristas focaram nos trechos do discurso em que Trump critica indiretamente o Judiciário e o governo brasileiro.
Ele mencionou “censura, repressão, corrupção judicial e perseguição a críticos políticos” no Brasil. “Trump denuncia censura no Brasil. Trump afirma que impôs tarifas ao Brasil porque o país está perseguindo cidadãos americanos. Deixe sua opinião nos comentários e compartilhe para abrir os olhos do Brasil”, provocou o coronel Assis (União).
O deputado federal Rodrigo da Zaeli (PL) compartilhou outro trecho do discurso de Trump. “O Brasil está indo mal, e só irá melhorar quando trabalhar em cooperação com os Estados Unidos […] Sem nós, eles fracassarão, assim como outros fracassaram. Essa é a verdade”.
Outros parlamentares, como Nelson Barbudo e Elizeu Nascimento, também repercutiram o discurso, enfatizando críticas à Justiça e à atuação do governo brasileiro.
Para a cientista política Christiany Fonseca, o gesto Trump em relação à Lula deve gerar desconforto entre aliados da extrema-direita no Brasil, especialmente Eduardo Bolsonaro, acusado de conspirar contra o país.
“Ontem ele fez uma fala incitando a elite brasileira a se insurgir contra a Justiça. Então, está claro que o discurso de golpe não terminou”, analisou.
Sobre o abraço de Trump, Fonseca destacou a importância do respeito à democracia: “Que bom. Então que ele abrace inclusive a nossa soberania e o respeito às forças democráticas fragilizadas no Brasil, mas que a gente precisa empenhar para fortalecer”, disse.
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