Prefeito quer assumir trecho do VLT e critica debate político

O prefeito de Cuiabá, Emanuel Pinheiro (MDB), afirmou que Cuiabá quer o Veículo Leve Sobre Trilhos (VLT) e está disposto a realizar a obra na capital, se for possível. Nesta quinta-feira (7) é realizada uma conferência para debater os projetos do modal e do Ônibus de Trânsito Rápido (BRT). O evento é aberto ao público e aborda aspectos técnicos dos dois meios de transporte.

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Idealizado para a Copa do Mundo de 2014, o projeto do VLT foi iniciado com traçado entre Cuiabá e Várzea Grande, mas segue incompleto. O modal já recebeu R$ 1,1 bilhão em investimentos, uma marca negativa para o estado, além de causar acidentes na avenida da Feb, que tem a linha do VLT isolada por blocos de concreto frequentemente atingidos por condutores. Os 40 vagões comprados estão e deteriorando no pátio destinado aos materiais da obra.

O governador Mauro Mendes (União) anunciou, em 2020, a desistência de concluir o modal e decisão por trocar pelo BRT, mais barato e eficiente, segundo ele. Desde então, a briga entre Mendes e Pinheiro se tornou mais acirrada, visto que o prefeito não abre mão no VLT.

“Estou vendo o debate se apequenar. Quem é aliado do prefeito, defende o VLT. Quem é aliado do governador, que são poucas pessoas, apoia o BRT. Se tornou um debate político e não é este o foco”, avaliou em entrevista na manhã desta quinta-feira.

O prefeito afirma que a conferência irá abordar aspectos técnicos a serem esclarecidos por comitê de estudo de viabilidade. Ele quer saber valor de investimento, prazo de conclusão, tarifas e demais aspectos relacionados aos dois transportes. A conferência é transmitida para que a população também tenha suas dívidas sanadas.

Em seu discurso, Pinheiro disse que é possível realizar os dois modais, que há demanda e a cidade está em expansão. Porém, quer que o projeto iniciado seja concluído.

“O VLT não inviabiliza o BRT. A bandeira que defendo é a implantação do atual traçado do VLT, mas nada impede de expandir. Um projeto não é incompatível com o outro”, explicou.

Ele pontuou que irá questionar a equipe técnica sobre a possibilidade de Cuiabá assumir a parte do traçado que trafega pela cidade. Se possível, o município irá concretizar sua parte.

“Cuiabá quer o VLT. Quero saber se podemos assumir o VLT em Cuiabá, pois não podemos ficar assim. [...] se eu não tivesse dado o mínimo de embelezamento para a cidade, nós estaríamos igual a avenida da FEB. Depois que arrebentou a cidade, vem criticar”, rebateu as acusações de pessoas que são contra o VLT.