Secretário faz coro à decisão de juiz e garante que não há regalias à ex-PM em Chapada

Secretário de Segurança de Mato Grosso, César Augusto Roveri, afirmou que a Cadeia Pública de Chapada dos Guimarães (67 km ao norte de Cuiabá) não é especial e não há regalias. Fala acontece em meio à polêmica sobre a transferência do ex-PM Almir Monteiro dos Reis, 49, acusado de matar a advogada Cristiane Castrillon da Penitenciária Central do Estado (PCE) para Chapada pela segunda vez.

No dia da prisão, 13 de agosto, após passar por audiência de custódia, acusado foi encaminhado para a unidade de Chapada, onde estão presos policiais e membros da Segurança Pública. Porém, uma decisão judicial determinou que ele ficasse recolhido na PCE por não pertencia mais à segurança. Essa semana, o juiz da Vara de Execuções Penais, Geraldo Fidelis, determinou a volta para Chapada. 

Questionado sobre o retorno, o secretário diz que o Ministério Público Estadual (MPMT) está fazendo seu papel, que a Justiça vai julgar tal recurso e caberá a secretaria de Segurança acatar as decisões judiciais. MP recorreu da transferência e a avalia como um equívoco.

"Chapada dos Guimarães, que fique claro, não é um presídio especial, não é um presídio com regalias, ela é uma cadeia normal, com celas, com regramento como as cadeias públicas, como os presídios, e nós temos todo o regramento jurídico para isso," diz Roveri.

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Fidelis, declarou que, na PCE, Almir poderia estar correndo risco de vida por ter sido policial militar e ele não quer “sangue nas mãos”.

“Mato Grosso tem 41 unidades prisionais, unidades comuns prisionais, e no caso dele talvez foi falta de comunicação ou informação, ele foi trazido da Cadeia de Chapada para a PCE, porque teriam dito que lá é uma prisão especial, que tem regalias, não tem nada disso, lá é prisão comum, apenas há ordem de encaminhamento para lá de pessoas usaram farda, pessoas da segurança pública”, explicou o juiz em entrevista. 

Feminicídios

Sobre os casos de feminicídio no Estado, Roveri diz que as instituições tem desenvolvido ações para coibir casos de feminicídio e que medidas protetivas são ferramentas que estão sendo utilizadas pela Delegacia de Defesa da Mulher (DDM) e destacou que Mato Grosso "tem tido resultado bom." 

Além disso, o secretário ressaltou a importância da Patrulha Maria da Penha, pela Polícia Militar, que faz o acompanhamento junto às famílias, e destacou um projeto junto a Polícia Judiciária Civil, de combate a violência contra a mulher, que terá um formato diferente de delegacia e que será expandido para todo o estado.

Roveri cobrou da população que denuncie os casos via 190 e destaca que o Centro Integrado de Operações de Segurança Pública (CIOSP) funciona de 24 horas, inclusive feriados e finais de semana e que uma equipe de imediato poderá atender a ocorrência. "Queremos a conscientização da população, não tem mais condições de continuar dessa forma", afirma o secretário.

O caso
Conforme já noticiado pelo, Cristiane foi com um primo, na noite de sábado (12), até um bar perto da Arena Pantanal. Lá, ela conheceu Almir. O primo foi embora e ela ficou com o suspeito, até que no fim da noite, foram para casa dele.

Segundo a polícia, lá ela foi agredida e morta asfixiada. O corpo da vítima foi encontrado pelo irmão, durante o domingo (13), dentro do carro dela, no Parque das Águas.

Cristiane chegou a ser socorrida, mas já estava sem vida. DHPP foi acionada e começou as diligências atrás do suspeito, flagrado em câmeras de segurança dirigindo o Jeep dela.