Publicidade

Cuiabá, Sábado 01/11/2025

Colunas e artigos - A | + A

26.07.2025 | 08h58

Taxação como moeda de troca

Facebook Print google plus

Kerolayne Chaves

Reprodução

Reprodução

Imagine ter que pagar uma dívida enorme. O problema? A dívida não é sua. Ainda assim, quem a contraiu se recusa a assumir a responsabilidade. O cobrador insiste em receber, e para isso ameaça tirar tudo o que você tem, sua comida, gás, roupas, remédios, até que a dívida seja quitada ou perdoada.


É justo? Faz sentido?


Pois é exatamente isso que está acontecendo com o Brasil. O Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou por carta a imposição de uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros, com início previsto para 1º de agosto. A medida coloca em risco não só a macro economia brasileira, mas também o orçamento de milhões de cidadãos.


O problema central não é apenas a taxação em si, mas o motivo declarado: Trump citou diretamente o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), classificando como "vergonha internacional" o julgamento do ex-presidente pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Em outras palavras, para defender um político, Trump estaria disposto a prejudicar mais de 200 milhões de brasileiros.


O mais alarmante não é mesmo o silêncio, mas comemoração por parte do próprio Bolsonaro e seus aliados. Em vez de se posicionarem contra uma medida que ameaça empregos, encarece produtos e desestabiliza empresas, prefererem aplaudir, gravar vídeos e usar as redes sociais para elogiar a decisão do republicano.


Mas afinal, quais são os reais riscos dessa taxação?


Empresas brasileiras que exportam para os EUA podem fechar ou reduzir drasticamente suas atividades, gerando desemprego e elevando os preços no mercado interno. Produtos como carne, café e suco de laranja, que hoje fazem parte da mesa dos americanos, podem encarecer, afetando também o consumidor daquele país.


E é aí que a situação ganha um novo tom: nas redes sociais, americanos também demonstram insatisfação com a decisão de Trump. Muitos estão preocupados com a alta dos preços. Se até parte da população dos Estados Unidos discorda da medida, por que então brasileiros estão aplaudindo algo que nos prejudica coletivamente?


O argumento de que isso representa "patriotismo" beira o absurdo. Trata-se, na verdade, de uma traição aos trabalhadores, às empresas nacionais e ao futuro econômico do país.


Os Estados Unidos lucram bilhões com produtos brasileiros. Estima-se que, em 2024, as exportações do Brasil para os EUA tenham alcançado quase 50 milhões de dólares. É uma via de mão dupla: o Brasil depende dos EUA, mas eles também precisam de nós.


A pergunta que fica é: por que aceitar que interesses pessoais e políticos valham mais do que a estabilidade e o bem-estar de um país inteiro?

 

Kerolayne Chaves, Jornalista

Voltar Imprimir

Publicidade

Comentários

Enquete

Tramita no Congresso um projeto que visa impedir que empresas aéreas cobrem pela mala de bordo (10 kg). O que você acha da medida?

Parcial

Publicidade

Edição digital

Sexta-feira, 31/10/2025

imagem
imagem
imagem
imagem
imagem
imagem
btn-4

Indicadores

Milho Disponível R$ 66,90 0,75%

Algodão R$ 164,95 1,41%

Boi à vista R$ 285,25 0,14%

Soja Disponível R$ 153,20 1,06%

Publicidade

Classi fácil
btn-loja-virtual

Publicidade

Mais lidas

O Grupo Gazeta reúne veículos de comunicação em Mato Grosso. Foi fundado em 1990 com o lançamento de A Gazeta, jornal de maior circulação e influência no Estado. Integram o Grupo as emissoras Gazeta FM, FM Alta Floresta, FM Barra do Garças, FM Poxoréu, Cultura FM, Vila Real FM, TV Vila Real 10.1, TV Pantanal 22.1, o Instituto de Pesquisa Gazeta Dados e o Portal Gazeta Digital.

Copyright© 2022 - Gazeta Digital - Todos os direitos reservados Logo Trinix Internet

É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem a devida citação da fonte.