mt tem casos acima da média 09.11.2025 | 07h00

redacao@gazetadigital.com.br
Reprodução
Ao nascer, bebês prematuros enfrentam uma série de desafios, principalmente pelo fato dos órgãos ainda não estarem completamente preparados e formados. No Brasil, cerca de 11% dos partos acontecem de forma prematura, índice acima da média mundial, o que representa um desafio para famílias e para o sistema de saúde.
Nos últimos 5 anos, Mato Grosso registrou 77.134 nascimentos prematuros, segundo informações do Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos (SINASC), monitoradas pela Secretaria de Estado de Saúde de Mato Grosso (SES-MT), somente em 2025 foram 11.065 casos.
Falar sobre prematuridade no Novembro Roxo é fundamental para aumentar a conscientização sobre os riscos, prevenção e cuidados com bebês prematuros.
Para isso, o
, entrevistou a médica pediatra Karina Martelli, que explicou mais sobre os sinais de alerta e prevenção.
Gazeta Digital: O que é considerado um bebê prematuro?
Karine Martelli: Bebês prematuros são os bebês que nascem antes de completar as 37 semanas de idade gestacional.
Gazeta Digital: Quais são os tipos de prematuridade e como eles diferem entre si?
Karine Martelli: Quanto mais prematuro é o bebê, maior o risco de intercorrências após o nascimento, maior é a demanda de cuidados intensivos e maior o risco de sequelas. Os prematuros são classificados conforme a idade gestacional que nasceram: prematuros extremos (são bebês que nascem antes de 28 semanas); muito prematuros (de 28 semanas até 31 semanas e 6 dias); prematuros tardios (32 semanas até 36 semanas e 6 dias)
Gazeta Digital: Quais são os principais fatores que levam ao parto prematuro?
Karine Martelli: Alguns dos principais fatores de risco são as infecções, a falta do pré-natal adequado, mães que já tiveram bebês prematuros anteriormente, uso de cigarro, álcool ou outras drogas na gestação, ou doenças maternas como pressão alta.
Gazeta Digital: Existe algo que as gestantes possam fazer para reduzir o risco de prematuridade?
Karine Martelli: O ideal é planejar a gestação, realizar exames e avaliações antes da tentativa de engravidar, usar os suplementos e vitaminas prescritas pelo médico e continuar o seguimento com o pré-natal feito da maneira correta
Gazeta Digital: Quais são os principais desafios enfrentados pelos bebês prematuros nos primeiros dias de vida?
Karine Martelli: Eles enfrentam vários desafios já no início da vida. Os órgãos ainda não estão “maduros”, ou seja, não terminaram de se formar da maneira correta, como pulmão, rins, intestino, entre outros, então precisam de ajuda para manter as funções básicas como respirar e fazer xixi. Também são mais suscetíveis a infecções, pois é no terceiro trimestre que o bebê recebe a maior quantidade de anticorpos maternos, ajudando na imunidade.
Gazeta Digital: Como é o acompanhamento do desenvolvimento de um bebê prematuro após o nascimento?
Karine Martelli: O desenvolvimento é acompanhado de uma forma um pouco diferente do que o do bebê que nasceu no tempo certo. Nós temos os “marcos do desenvolvimento”, que são habilidades que esperamos que o bebê tenha quando atinge determinada idade (como sentar, engatinhar, andar). No caso dos bebês prematuros, tem algo que chamamos de “idade corrigida”, que é a idade que o bebê teria se tivesse nascido na data certa. Por exemplo: Se o bebê nasceu 2 meses antes do previsto, quando ele fizer 4 meses de vida, o desenvolvimento dele será comparado ao de um bebê de 2 meses de idade corrigida.
Gazeta Digital: Quais possíveis sequelas estão associadas à prematuridade e como podem ser tratadas ou minimizadas?
Karine Martelli: Bebês prematuros podem ter atraso no desenvolvimento, doenças na visão, sequelas como redução da audição, sequelas pulmonares que levam o bebê a ter dificuldade para respirar, doenças no coração, anemia, deficiências nutricionais e maior dificuldade no ganho de peso. O acompanhamento regular com o pediatra e a equipe multidisciplinar como fisioterapeuta, fonoaudiólogo, oftalmologista, cardiologista e outros inúmeros profissionais envolvidos para o processo de reabilitação dessa criança é essencial, a família precisa ser muito orientada e participar ativamente do cuidado dessa criança.
Gazeta Digital: Quanto tempo, em média, um bebê prematuro leva para “alcançar” o desenvolvimento de um bebê que nasceu a termo?
Karine Martelli: Isso é muito individual, depende da idade gestacional que a criança nasceu, dos estímulos que ela recebe da família e cuidadores, mas geralmente usamos a idade corrigida até os dois anos, a partir daí, seguimos considerando a idade normal do bebê para avaliar o desenvolvimento.
Gazeta Digital: Por que é importante falar sobre prematuridade no Novembro Roxo?
Karine Martelli: Falar sobre prematuridade é fundamental para gerar conscientização sobre o que é nascer antes do tempo, os riscos que esses bebês enfrentam e a importância dos cuidados e da prevenção.
Mas o Novembro Roxo vai muito além disso. É também uma oportunidade para acolher as famílias que viveram essa experiência, para dar visibilidade aos nossos pequenos guerreiros e para lembrar que cada grama de vida é uma vitória. Nossos bebês nos ensinam diariamente e mostram que, mesmo tão pequenos, têm uma força imensa para lutar.
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