Com homenagem aos negros e à 1ª Capital de MT, Boca Suja inicia ensaios para o Carnaval de 2026

Com o fim do ano chegando, o Carnaval 2026 já está sendo preparado pelos amantes da "Folia de Momo". Em Cuiabá, o Bloco Boca Suja, mais tradicional e maior campeão do Carnaval cuiabano, inicia seus preparativos neste mês de dezembro, com os ensaios começando neste domingo (7), a partir das 18h no Bar do Davi, bairro CPA 2.

Para esta edição, o bloco promete emocionar foliões ao reviver o samba campeão de 2008, cujo enredo é: “Do Congo a Vila Bela, a história do negro em Mato Grosso”.

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Com o enredo, o Boca Suja faz uma homenagem às raízes africanas, à resistência dos povos negros e ao legado cultural que moldou a identidade da 1ª capital de Mato Grosso.

"Vamos resgatar memórias e celebrar a trajetória de luta, fé e alegria que marca a presença do povo negro aqui do Estado. Com certeza, será uma apresentação maior e melhor que em 2008 e vamos em busca do hepta no Carnaval cuiabano", disse o presidente do Bloco Boca Suja, Gabriel Augusto de Moraes.

Os ensaios seguirão sendo realizados aos domingos, com uma pausa durante as festas de fim de ano, retornando já no início de janeiro.

O Bloco Boca Suja 

O Bloco Boca Suja foi criado em 1994 à partir da principal torcida organizada do Mixto Esporte Clube. Desde então, participou de todos os desfiles na Capital.

É também o maior campeão, com seis títulos: 2003, 2004, 2005, 2008, 2009 e 2020.

Abaixo, a letra do samba-enredo que será revivido neste ano:

Compositores: Boi, Rosan, Rotweiler, Jonathan do Cavaco e Mestre Jando

“Alua-ye mãe Africa
Negra forma de viver
O meu canto é de fé
Vem pra boca se banhar de axé

No limiar da nossa história surgia vila bela a primeira capital
Negros foram trazidos a milhares na busca do ouro viveu a triste escravidão
Mesmo de baixo da chibatada eles sonhavam com a liberdade
Foi no quarritere que se encontrou felicidade
Depois abandonados a própria sorte nos anos de isolamento mostrou que a raça é forte

Os tambores anunciam tem mandinga tem magia saravá meu pai
Oferendas nos terreiros em louvor aos Orixás
Abre a roda e da capoeira vem o tombo
Bate no couro nego tem festa no quilombo

Canjinjin bebida dos deuses
Chorado e congo nas margens do Guaporé
É de emocionar um povo que mostrou tanta bravura
Seus filhos espalhados neste chão valorizando a sua cultura
Foi no Araés que eu vi um batuque gostoso
Que sempre será eterno meu Urubo cheiroso

Faço de tudo pra te ver sorrindo
Ah meu deus o negro lindo”