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Cuiabá, Terça-feira 09/09/2025

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DEU EM A GAZETA 09.09.2025 | 06h41

Inauguração do Hospital Central na capital segue sem data

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Dantielle Venturini

redacao@gazetadigital.com.br

Marcos Vergueiro | Secom-MT

Marcos Vergueiro | Secom-MT

O início das atividades do Hospital Central, em Cuiabá, completa três anos de atraso este mês e ainda não há uma data definida para sua abertura. Ao retomar as obras em 2020, o governo do Estado anunciou a inauguração para setembro de 2022, data adiada por diversas vezes. Agora, com 99% das obras concluídas, a Secretaria de Estado de Saúde de Mato Grosso (SES-MT) e o Hospital Israelita Albert Einstein, que fará o gerenciamento da unidade, ainda não confirmaram a inauguração da unidade para este mês, como havia sido previsto no início deste ano.

 

Desta forma, segue sem uma data definida oficialmente para começar a operar. A reportagem esteve no prédio, mas foi proibida de entrar. Pode apenas perceber a movimentação de trabalhadores nos últimos ajustes da obra. Conversando com alguns operários, foi possível confirmar que as obras estão praticamente concluídas, com a maioria das áreas já acabadas. Mas não há grandes movimentações de caminhões ou descarregamento de materiais.

 

“Aqui ninguém fala nada de data, a gente só sabe que está quase tudo pronto, com trabalhadores atuando em acabamentos e instalação de equipamentos”, disse um funcionário. O hospital, que está situado no mesmo complexo onde funcionam o Centro de Referência em Média e Alta Complexidade (Cermac) e o Laboratório Central de Saúde Pública (Lacen), foi projetado para ser uma das maiores unidades de saúde do Estado, com 200 leitos, incluindo UTI e centro cirúrgico.

 

Sua construção foi retomada em 2020, após mais de três décadas de paralisação, e representa uma das maiores promessas da gestão atual para a saúde pública em Mato Grosso.

 

CONTRATAÇÕES

Mesmo sem data de abertura, o processo de formação de equipe já está em curso. Desde que o governo estadual anunciou, em abril deste ano, que a gestão ficaria sob responsabilidade do Einstein, e que a unidade deve gerar cerca 1,6 mil postos de trabalho para profissionais da região, tanto diretamente, quanto por meio terceirizadas, já foram lançados ao menos três processos seletivos, somando mais de 100 vagas. As vagas envolvem cargos técnicos, assistenciais e administrativos. Parte dos aprovados já foi convocada para treinamentos, sinalizando uma preparação interna para o funcionamento da unidade. E.G., 36, foi contratada e afirma que ainda não foi confirmada data oficial para que ela inicie os trabalhos. “Eles sempre estão em contato com a gente, mas não deram data, apenas pedem que estejamos preparados que será neste ano”.

 

SEM CORDIALIDADE

O modelo adotado para as contratações tem sido uma das questões levantadas pelo Sindicato dos Profissionais de Enfermagem de Mato Grosso (Sinpen -MT), que afirma que não conseguiu um diálogo com a direção do hospital e com a SES, oque gera insegurança sobre as condições de trabalho e os direitos dos futuros funcionários da unidade. Presidente do sindicato, Dejamir Soares expressou indignação com a postura que, segundo ele, tem mostrado desinteresse em dialogar com a classe.

 

“Temos tentado entrar em contato com a direção do hospital, inclusive para discutir o modelo de contratação e se haverá uma convenção coletiva à parte, mas não há abertura para conversas”, afirmou. Soares destacou que além da falta de resposta, a direção do hospital nunca procurou o sindicato para discutir as condições de trabalho dos profissionais. “Estamos no escuro, sem saber como será o modelo de contratação e se vai haver terceirização de serviços, o que para nós seria uma verdadeira quarteirização”.

 

AVANÇO NAS ESPECIALIDADES

A expectativa é de que o hospital auxilie no alívio da superlotação de outros serviços de saúde, oferecendo atendimentos de alta complexidade e especialidades que ainda são escassas no estado. A unidade oferecerá 15 especialidades médicas, entre elas estão cardiologia, neurologia, ortopedia, cirurgia geral, infectologia, ginecologia, urologia, otorrinolaringologia e vascular, áreas que hoje enfrentam longas filas na rede pública.

 

Adeildo Lucena, presidente do Sindicato dos Médicos de Mato Grosso (Sindimed-MT), ressaltou que o Hospital Central será um grande benefício para a saúde pública, especialmente nas áreas de média e alta complexidade, que hoje enfrentam um grande gargalo no estado.

 

“Esses leitos, assim como os que serão ampliados no novo Hospital Júlio Müller, são fundamentais e vão trazer um suporte muito grande, principalmente nas especialidades de alta complexidade”. Ressalta que a principal preocupação, embora a inauguração seja importante, é a manutenção. “Inaugurar é fácil, mas manter o hospital funcionando adequadamente é mais complicado. É preciso garantir estabilidade para os profissionais, com vínculos e condições de trabalho adequadas”. Segundo ele, o Sindimed não foi convidado para nenhuma discussão sobre o hospital.

 

“Não fomos chamados para discutir a abertura, a gestão ou a contratação. Não tivemos nenhuma informação oficial sobre como vai ser o processo de contratação de médicos”, declarou.

 

OBRA E ATRASOS

A construção do Hospital Central de Cuiabá é histórica não apenas pelo porte da obra, mas pela quantidade de promessas não cumpridas. Após décadas de paralisação, o hospital se tornou um símbolo de descaso, com obras iniciadas nos anos 80, interrompidas e retomadas apenas em 2020. O investimento na construção ultrapassa os R$ 200 milhões. A estrutura soma cerca de 32 mil metros quadrados, com 11 salas de cirurgia, 60 leitos de UTI e leitos individualizados, com capacidade mensal para quase duas mil internações, 652 cirurgias, três mil consultas especializadas e 1,4 mil exames. Também contará com 287 leitos e está preparado para realizar, por ano, cerca de 32 mil consultas, 80 mil exames e 6,5 mil cirurgias. Conforme o Estado, a unidade terá equipe multiprofissional e será o sexto hospital público administrado pelo Albert Einstein no país, tornando Mato Grosso o quarto estado do país a adotar esse modelo de gestão.

 

Outro lado

Tanto a SES quanto o Hospital Israelita Albert Einstein não responderam se a unidade será ou não entregue este mês. Também não informaram quais pendências ainda impedem a abertura do hospital e sobre o modelo de contratação. A SES informou apenas que a previsão é de que o Hospital Central entre em funcionamento em 2025 e confirmou que os equipamentos adquiridos para a unidade estão em fase de instalação.

 

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Comentários

Antonio Carlos Diniz Salles - 09/09/2025

Não se preocupem, o ano que vem é ano eleitoral, então todas as obras serão inauguradas, bem executadas ou não

1 comentários

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